O segundo dia de julgamento dos cinco réus envolvidos no assassinato do policial civil Rodrigo Wilsen da Silveira, 38 anos, ocorrido em junho de 2017, começou nesta quarta-feira no Foro de Gravataí. A sessão é presidida pela Juíza de Direito Valéria Eugênia Neves Willhelm, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Gravataí.
Nesta fase de debates, a acusação (Ministério Público do Rio Grande do Sul) e defesas dos acusados apresentarão suas teses aos jurados, composto por seis mulheres e um homem. Os Promotores de Justiça que atuam no caso são Eugênio Paes Amorim e Aline Baldissera. Já as defesas dos cinco réus estão com os advogados Cristiano Pires e Emiliane Gauer, além dos defensores Públicos Carolina Zago Cervo e Gabriel Seifriz.
O primeiro dia do júri foi interrompido por volta das 19h30min dessa terça-feira. O depoimento inicial na sessão foi da viúva do agente ainda pela manhã. Ela também é policial civil e participou da operação que resultou na morte dele. Com uma camiseta preta oocom a foto e nome do marido, ela deu detalhes da investigação, de como foi a entrada no apartamento e do momento em que Rodrigo foi baleado na cabeça. Contou ainda ter descoberto estar grávida 11 dias após o crime, mas perdeu o bebê com quatro meses de gestação.
Durante a terça-feira foram ouvidas quatro testemunhas de acusação, incluindo três colegas da vítima, e ocorreu o interrogatório dos cinco réus. “Houve troca de tiros e todos que estavam ali correram risco de morte”, lembrou um dos colegas.
Todos os réus encontram-se recolhidos no sistema prisional. Conforme a denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Sul, o autor dos disparos que mataram o policial civil responde pelos crimes de homicídio qualificado consumado e por três homicídios qualificados tentados contra outros policiais. Já os outros quatro foram acusados dos crimes de tráfico de drogas, posse e porte ilegal de armas, receptação e organização criminosa. Uma sexta envolvida faleceu em setembro de 2019.
Durante uma operação realizada contra o narcotráfico na manhã do dia 23 de junho de 2017, o então chefe de investigação da 2ª DP de Gravataí, escrivão Rodrigo Wilsen da Silveira, foi baleado na cabeça em um apartamento, onde estavam os réus. Ele chegou a ser conduzido para o Hospital Dom João Becker, mas não resistiu aos graves ferimentos.
A vítima foi atingida na frente da esposa, também policial civil, que participava da ação. Ela não sabia que estava grávida e acabou perdendo o bebê semanas depois. A operação, que visava desarticular uma organização criminosa envolvida com o narcotráfico.