Marqueteiro de Lula é investigado por enriquecimento ilícito

Sidônio Palmeira é alvo de uma ação civil pública na Bahia por suspeita de fraudes em um contrato no valor de R$ 7,5 milhões

Sidônio Palmeira, marqueteiro de Lula nas eleições de 2022 FACEBOOK/REPRODUÇÃO

Sidônio Palmeira, o marqueteiro que vai conduzir a campanha do ex-presidente Lula nas eleições de outubro, foi denunciado pelo Ministério Público da Bahia (MPBA) por suspeita de improbidade administrativa. Os alvos da ação são contratos firmados em 2006 entre a Câmara Municipal de Salvador e a empresa de comunicação do publicitário no valor de R$ 7,5 milhões.

Segundo o MPBA, em 2006, um consórcio liderado pela Leiaute Propaganda, empresa de Sidônio, venceu uma licitação para prestar serviços à Câmara Municipal de Salvador. No entanto, uma auditoria do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia alegou que a empresa recebeu o dinheiro sem prestar o serviço. Inicialmente, o contrato foi firmado em R$ 2 milhões, mas sofreu diversas alterações por meio de aditamentos. O órgão pede a devolução de R$ 5 milhões aos cofres públicos.

Em nota enviada ao R7, a defesa de Sidônio nega as acusações e diz que o valor adicional do contrato é referente à prorrogação do contrato e que os aditamentos foram aprovados pela procuradoria da Câmara de Salvador.

“Essa é a metodologia que é utilizada em todo território nacional, por todas as instâncias de poder. Ora, se o contrato era de R$ 2 milhões anuais e foram prestados cinco anos de serviço, é natural que ao final do período o valor total fosse superior ao valor anual”, justificou. Sobre a acusação de que o serviço não foi prestado, Palmeira diz que a denúncia não se sustenta, já que foi entregue ao MPBA um dossiê com 800 páginas que comprova a prestação de serviço, além de 17 mídias em CDs com imagens.

O publicitário baiano é um antigo conhecido do PT. Ele foi o responsável pelo marketing da campanha de Fernando Haddad (PT) à Presidência em 2018. Também atuou em campanhas do governador da Bahia, Rui Costa (PT), e do ex-mandatário do estado Jaques Wagner.

Sidônio assumiu a campanha de Lula em abril, após Augusto Fonseca ser demitido do cargo. A campanha do ex-presidente estava recebendo reclamações de petistas em relação ao trabalho de Fonseca e ao valor do contrato, de R$ 45 milhões.