Um caso de suposto racismo praticado por uma aluna da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) levou a Polícia Civil a abrir um inquérito, anunciado nesta quinta-feira. Em 6 de maio, a estudante, que cursa o 3º semestre de Artes Cênicas, publicou a manifestação, agora investigada, em uma rede social. O fato repercutiu dentro e fora da instituição.
De acordo com a delegada Débora Dias, titular da Delegacia do Idoso e de Combate à Intolerância (DPICoi) de Santa Maria, responsável pelo caso, a Polícia Federal (PF) recebeu primeiramente a notícia-crime, mas a Polícia Civil assumiu a investigação.
Débora informou que já foram tomadas as primeiras providências em relação à investigação. “Ouvimos o diretor do curso da investigada e já marcamos para a próxima semana a oitiva com a coordenadora do curso, solicitando uma lista de pessoas a serem ouvidas “, adiantou. Se considerada culpada, a investigada pode responder pelos crimes de racismo ou injúria racial.
“Nossa investigação está amparada na lei de racismo, podendo também configurar injúria racial se for determinado que uma pessoa foi ofendida”, observou a delegada.
O crime de racismo, salienta a policial, ocorre quando a coletividade é atingida de forma indeterminada. Já a injúria racial se dá quando alguém em específico é ofendido ou discriminado em razão da cor, etnia ou raça.
Na terça-feira, a UFSM divulgou nota em que repudia qualquer forma de preconceito, racismo, agressão, assédio, abuso de poder, violência verbal ou física dentro e fora da instituição. Informou, ainda, que frente às manifestações racistas e injúrias raciais proferidas no âmbito acadêmico, registrou o caso na ouvidoria, canal oficial de denúncias da instituição e encarregado das vias administrativas e judiciais cabíveis.