TSE testa urna eletrônica contra ataques hackers

Provas feitas pelos técnicos ocorrem em meio a críticas do presidente Jair Bolsonaro ao sistema eleitoral

Foto: Abdias Pinheiro / TSE

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começou hoje a fazer testes, em Brasília, simulando ataques hackers às urnas eletrônicas, em um processo que se encerra na sexta-feira. A medida é tomada em meio a críticas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) ao sistema eleitoral brasileiro.

Os investigadores vão repetir os planos de ataque do último Teste Público de Segurança do Sistema Eletrônico de Votação, feito em novembro de 2021. Na ocasião, 26 investigadores realizaram 29 planos contra as urnas eletrônicas, sendo que somente cinco deles tiveram algum tipo de “achado”. As tentativas mais comuns foram de alteração do software da urna, mudança do resultado da eleição ou violação do sigilo do voto.

O TSE entrou agora em uma segunda fase, chamada de Teste de Confirmação, para avaliar as soluções apresentadas pelos técnicos para sanar as vulnerabilidades. Segundo a Corte, porém, “nenhum dos achados conseguiu atingir potencial para uma modificação de voto”.

No primeiro dia do Teste de Confirmação, os investigadores se prepararam para analisar as soluções inseridas no sistema para resolver as questões verificadas nesses cinco planos de ataque, feitos em 2021.

Um integrante da equipe apontou, durante o teste de novembro, um achado ligado à saída do fone de ouvido da urna. Nesse caso, a equipe conectou um transmissor Bluetooth que transmitia o áudio com o voto do eleitor para um mecanismo externo. O áudio, porém, é habilitado somente para eleitores com deficiência visual. Além disso, segundo a Corte, o ataque é de fácil identificação, uma vez que a saída de fone de ouvido fica na parte de trás do equipamento, exposta a todos.

Os testes com ataques às urnas ocorrem em meio aos comentários feitos por Bolsonaro contra o sistema eleitoral. Durante live, o presidente disse que o equipamento é “penetrável”, sem apresentar provas, e reconheceu que não é “perito em informática”. Recentemente, o chefe do Executivo vem usando as Forças Armadas para dar peso à crítica de que o processo eleitoral pode ser fraudado.