O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, disse nesta terça-feira, na Câmara dos Deputados, que já chegou a um limite sobre a reestruturação das carreiras das policiais do âmbito federal. Segundo Torres, a questão agora cabe ao ministro da Economia, Paulo Guedes. A fala ocorreu durante sessão na Comissão de Segurança Pública da Câmara, em visita não incluída na agenda da comissão, mas que já havia sido acordada com o presidente Aluísio Mendes (PSC-MA).
“O Ministério da Justiça mandou as medidas provisórias para o Ministério da Economia com a proposta de reestruturação das carreiras e as questões agora são econômicas. Não estão afetas à minha pasta”, disse, após ser questionado pelo deputado Luis Miranda (Republicanos-DF) sobre o aumento prometido aos servidores.
O ministro afirmou que, no geral, essas tratativas são feitas no Ministério da Economia, mas que dessa vez a Justiça atuou, realizando reuniões com parlamentares e federações. “A nossa parte está sendo feita com extremo respeito de acordo com o que foi tratado. Agora, eu tenho os meus limites e teto de atribuições. A gente chegou no limite”, disse.
Torres frisou que o Ministério já mostrou a situação e entende que as forças de segurança fazem parte das poucas categorias que não pararam durante a pandemia.
“Vários policiais perderam sua vida para Covid. É mais do que justa e necessária essa valorização. Então, veja, é hora de reconhecer todo um trabalho que foi feito, sem desmerecer nenhuma outra categoria ou profissão”, disse.
Apesar do cenário de insatisfação dos policiais, ao ser questionado pelo portal R7 se o governo ainda vai conseguir reverter os desgastes a tempo das eleições, o ministro negou que haja crise. “São temas que não são simples matemática. Mas não há desgaste. A gente vai resolver isso muito em breve”, afirmou.
Há meses, policiais federais pedem reajuste salarial e reestruturação da carreira. A situação se agravou depois que o presidente Jair Bolsonaro prometeu, no fim do ano passado, um reajuste a agentes da Polícia Rodoviária Federal, da Polícia Federal e do Departamento Penitenciário Nacional neste ano.
No fim do ano passado, o governo articulou no Congresso R$ 1,7 bilhão no Orçamento para reajuste de servidores e prometeu conceder aumento às polícias, em específico.
A postura do governo gerou questionamentos e movimentos de outras categorias, que passaram a pedir isonomia por parte da gestão pública. Guedes já defendeu um reajuste de 5% a todos os servidores, mas a notícia gerou mais insatisfação dos policiais federais, que seguem fazendo protestos por um aumento maior.