Após o presidente Jair Bolsonaro (PL) subir o tom das críticas e afirmar que o lucro da Petrobras é um “estupro”, o comandante da estatal, José Mauro Coelho, disse, nesta sexta-feira, que vai continuar com a política de preços dos combustíveis. “Não podemos nos desviar da prática de preços de mercado”, afirmou Coelho, durante videoconferência realizada com acionistas sobre o resultado da petroleira no primeiro trimestre do ano. O lucro da estatal alcançou R$ 44,5 bilhões de janeiro a março.
Coelho argumentou que, quanto mais forte é o resultado da companhia, mais impostos serão recolhidos para a União, o que beneficia a sociedade de maneira geral. “A arrecadação de R$ 70 bilhões em impostos no primeiro trimestre promove mais empregos, permite que estados e municípios façam investimentos”, disse.
O resultado financeiro da Petrobras saiu na noite dessa quinta-feira. A companhia registrou lucro líquido de R$ 44,5 bilhões no primeiro trimestre. O desempenho é muito superior ao valor de R$ 1,1 bilhão obtido no ano anterior.
Um pouco antes da divulgação do resultado financeiro, Bolsonaro voltou a criticar os preços dos combustíveis, pediu que a empresa não promova novos reajustes e avaliou que uma nova recomposição dos valores pode quebrar o país. “Petrobras, estamos em guerra. Petrobras, não aumente mais o preço dos combustíveis. O lucro de vocês é um estupro, é um absurdo. Vocês não podem mais aumentar o preço do combustível. Não posso entender isso. Pode ser que eu esteja equivocado. A Petrobras, durante a crise e a guerra lá fora, faturar horrores. O lucro da Petrobras é maior com a crise. Isso é um crime inadmissível. Posso estar equivocado, mas não consigo entender”, reclamou o presidente, em live nas redes sociais na noite de ontem.
“Sei que (a Petrobras) tem acionistas. Mas quem são os acionistas? Fundos de pensões dos Estados Unidos. Nós estamos bancando pensões gordas nos Estados Unidos. Petrobras, estamos em guerra. Petrobras, não aumente mais o preço dos combustíveis”, reforçou.