“O lucro de vocês é um estupro”, acusa Bolsonaro, sobre Petrobras

Presidente disse não entender como empresa lucrou mesmo com pandemia e guerra

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O presidente Jair Bolsonaro lançou duras críticas à Petrobras nesta quinta-feira e pediu reiteradamente que a empresa não promova novos reajustes para os combustíveis. Segundo o chefe do Executivo, a empresa vem registrando lucros abusivos, mesmo em meio à pandemia da Covid-19 e à guerra entre Rússia e Ucrânia, enquanto o Brasil vê a inflação subir, muito por causa da alta dos preços dos derivados de petróleo. De acordo com ele, uma nova recomposição pode quebrar o país.

“Petrobras, estamos em guerra. Petrobras, não aumente mais o preço dos combustíveis. O lucro de vocês é um estupro absurdo. Vocês não podem mais aumentar o preço do combustível. Não posso entender isso. Pode ser que eu esteja equivocado. A Petrobras, durante a crise e a guerra lá fora, faturar horrores. O lucro da Petrobras é maior com a crise. Isso é um crime inadmissível. Posso estar equivocado, mas não consigo entender”, reclamou o presidente, durante a live semanal de quinta-feira.

Durante a transmissão, Bolsonaro apresentou uma projeção de lucro de R$ 40 bilhões da empresa no primeiro trimestre do ano e de R$ 120 bilhões até o fim de 2022. Segundo ele, o resultado é bastante superior ao obtido por outras petroleiras no exterior. Dessa forma, o presidente disse que a Petrobras é capaz de aguentar o restante do ano sem aumentar o preço dos combustíveis, por ter “gordura para queimar”.

Ele lamentou que não possa interferir na empresa, reduzindo a margem de lucro. “A Petrobras tem um lucro de 30%. E quem paga a conta desse lucro é a população brasileira. Muitas petroleiras mundo afora reduziram o preço, baixaram a margem de lucro das suas empresas. Para que isso? Para ajudar o seu país a não quebrar. Se tiver mais um aumento de combustível, pode quebrar o Brasil. E o pessoal da Petrobras não entende ou não quer entender. Só estão de olho no lucro”, criticou Bolsonaro.

O presidente reclamou, ainda, dos diretores da empresa, dizendo que a maioria deles ganha salários altos enquanto boa parte da população brasileira perde o poder aquisitivo.

“O presidente da Petrobras, não quero criticá-lo, acabou de entrar, mas ele ganha por mês R$ 210 mil. Cada um dos diretores ganha R$ 110 mil. E, quando acaba o ano, se a Petrobras for lucrativa, como está sendo, eles ganham mais seis, sete ou oito salários de bonificação. Essas pessoas não estão preocupadas com o preço do combustível. Não quero criticá-los, mas com esse salário vocês têm obrigação de buscar alternativa”, ponderou.