Transtornos em SC: chuva desabriga moradores, suspende serviços e fecha comércio

Precipitação em excesso causa transbordamento de rios, interdição de rodovias e deslizamentos de terra

Foto: Mauro Schaefer/CP

Duramente atingido pelas fortes chuvas que ocorrem desde o último final de semana, o estado de Santa Catarina registra diversos municípios em situação crítica, especialmente no litoral Sul, Grande Florianópolis e Alto Vale do Itajaí. Conforme o previsto, a precipitação não aliviou, nesta quarta, causando transbordamento de rios, interdição de rodovias e deslizamentos de terra.

Os maiores problemas foram registrados em Tubarão, onde o prefeito Joares Ponticelli decretou o fechamento do comércio não-essencial a partir das 12h. No inicio da tarde, o rio Tubarão atingiu 6m34cm acima do nível normal. A prefeitura suspendeu a coleta de lixo, algumas Unidades Básicas de Saúde fecharam, travessias foram interditadas e faltou energia elétrica. Cerca de 40 pessoas de quatro bairros, incluindo 14 crianças, ficaram desalojadas e foram encaminhadas a um abrigo montado pela administração municipal.

Em ruas próximas à Rodoviária, a água ultrapassou a altura do joelho. O comerciante Adriano Weber, dono há 11 anos de uma revenda de automóveis no bairro Humaitá, precisou do auxílio de um guincho para deslocar os veículos para fora do estabelecimento e estacioná-los na rua. A máquina, porém, quebrou, causando prejuízo ainda não estimado. Na mesma rua, é preciso utilizar um barco para transitar.

Moradores mais antigos, que presenciaram outras grandes enchentes, em 1974 e 2011, dizem que o transtorno agora é maior.

Nas 15 cidades da região da Associação dia Municípios do Extremo Sul Catarinense (Amesc), a situação é similar à de Tubarão. Em Sombrio, o rio da Laje, que passa pelo bairro São José, onde vivem cerca de 20 famílias ribeirinhas, subiu 2,60m acima do nível normal, mas não chegou a sair do leito, conforme a Defesa Civil municipal.

Em Araranguá, onde hoje era feriado, o rio Araranguá invadiu parte da rua Rui Barbosa, entre os bairros Cidade Alta e Centro, embora em menos proporção do que enchentes anteriores, disseram os moradores. A água também alagou ruas no bairro Barranca, onde vivem famílias carentes. “Uma enchente assim não acontecia aqui na cidade há mais de dez anos”, observou vendedor de automóveis André Slongo.

Em Maracajá, cidade de cerca de sete mil habitantes no meio do caminho entre Araranguá e Criciúma, a avenida Getúlio Vargas alagou em frente à APAE e à sede da Prefeitura. Dezenove famílias foram retiradas de casa. Conforme o prefeito Anibal Brambila, o município ofereceu um ginásio para que as famílias possam se abrigar. Algumas até aceitaram, mas foram realocadas por vontade própria para a casa de amigos e parentes.

O coordenador regional da Defesa Civil, Rodrigo Bonaldo Rafael, disse que a previsão inicial de chuvas era de 200mm para o Extremo Sul Catarinense, mas subiu para 300mm de terça até esta quinta, quando deve cessar.