Em uma semana movimentada, com a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) no radar, e que vai avaliar uma nova alta da Taxa Selic para o mercado brasileiro, os servidores do Banco Central (BC) anunciaram a retomada da greve por tempo indeterminado na próxima terça-feira, 3. Os trabalhadores haviam suspendido em 19 de abril as paralisações para atualizar a publicação de alguns indicadores econômicos como fluxo cambial, relatório de poupança e o Boletim Focus, e um “voto de confiança” de que haveria um avanço nas negociações.
A informação foi confirmada pelo Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) após a aprovação da retomada da greve em assembleia deliberativa. Durante o período de trégua, os servidores continuaram trabalhando em esquema de operação-padrão e a fazer paralisações diárias, das 14h às 18h.
Sem a continuidade da veiculação de dados econômicos, como os relatórios de crédito (que revela os juros médios das operações de crédito) e do setor externo (balanço das transações do Brasil com o exterior) relativos a fevereiro, o mercado financeiro fica sem uma orientação sobre como avaliar o cenário macroeconômico nacional.
Além disso, o movimento também vai impedir o início da segunda fase de consultas e de saques de valores esquecidos, programada para está segunda-feira (2). Os servidores do BC pedem a reposição das perdas inflacionárias nos últimos anos, que segundo os cálculos do Sinal são de até 27%. Além disso, eles também pedem a mudança da nomenclatura de analista para auditor e a exigência de nível superior para ingresso dos técnicos do BC.