‘Não tive política direta para ajudar a combater o vírus’, diz Bolsonaro

Ao comentar em live a inflação, a pandemia e a guerra, presidente disse que sempre defendeu autonomia médica

Presidente Jair Bolsonaro durante sua live semanal nesta quinta-feira (28). Foto: YouTube/Divulgação

O presidente Jair Bolsonaro disse em live nesta quinta-feira (28) que não teve política direta para combater o coronavírus. “Minha política foi defender a autonomia médica. O médico decide qual remédio quer receitar. E o médico passou a ser demonizado por causa disso”, afirmou. O presidente comentava a crise financeira decorrente de fatores como a guerra da Ucrânia e a pandemia de coronavírus.

“Tudo se falava: não tem comprovação científica. Mas nada tinha comprovação científica. Eu já citava muito aqui: olha a guerra do Pacífico, quando o soldado chegava ferido e não tinha doador de sangue para ele. O que os médicos decidiram? Toca água de coco na veia dele. E salvou muita gente. E hoje em dia tem comprovação científica água de coco [para substituir sangue em transfusão]? Não sei! Mas sei que ela salvou muita gente. E os remédios, uma parte considerável, são descobertos por acaso. Como a questão do Viagra, como a questão do Cialis, e tantos e tantos outros”, afirmou o presidente.

José Dirceu

Bolsonaro comentou também a confirmação por parte do STJ da condenação do ex-ministro José Dirceu. “Se eu anistiar o José Dirceu hoje, podem ter certeza: não vai ter nenhuma crítica por parte da grande mídia”, especulou. “Agora, se eu anistiar, indultar um inocente, aí vocês sabem o que acontece.”

Luís Roberto Barroso

Ao comentar as falas do ministro Luís Roberto Barroso, do STF, de que as Forças Armadas foram orientadas a atacar o sistema eleitoral brasileiro, Bolsonaro disse que essa suposta orientação citada por Barroso só poderia ser do presidente. “As Forças Armadas vão receber orientação de quem? Pelo amor de Deus! As Forças Armadas são instituições permanentes. […] Afinal de contas, o chefe supremo das Forças Armadas é quem o povo assim eleger”, afirmou.

Bolsonaro também comentou que, segundo a imprensa, o TSE não quer aceitar as observações das Forças Armadas. “Para o TSE, está uma maravilha. ‘Vamos confiar nas eleições.’ E quem desconfiar? Continua desconfiando”, disse. “O que posso garantir a vocês? Nós teremos eleições limpas no corrente ano”, acrescentou. “As Forças Armadas foram convidadas, continuam trabalhando, com toda a certeza terão mais reuniões [com o TSE] para convencer o TSE de que as sugestões das Forças Armadas, para o bem de todos, deveriam ser acolhidas”, concluiu.

Auxílio Brasil

Bolsonaro comemorou a aprovação pela Câmara da medida provisória que institui um valor extra para que o benefício alcance R$ 400. “Só sete parlamentares de um mesmo partido votaram contra. Sete deputados do [partido] Novo votaram contra. Devem ter suas razões”, afirmou o presidente.