Compra de Viagra era contrapartida para para produzir o remédio, alega Marinha

Aquisição do medicamento visa atender exclusivamente à demanda do Ministério da Saúde, segundo o órgão militar

Foto: Pfizer/Divulgação

A Marinha do Brasil afirmou, nesta sexta-feira, que a compra de 11,2 milhões de comprimidos de citrato de sildenafila, conhecido como Viagra, visa atender exclusivamente à demanda do Ministério da Saúde. “Nenhum comprimido foi destinado às unidades de saúde da Marinha”, assegura a nota. O comunicado acrescenta que a aquisição funciona como contrapartida à transferência do conhecimento de fabricação e à capacitação dos profissionais para a produção autônoma do medicamento pelo Brasil.

“Tal medida, além de proporcionar independência da indústria farmacêutica nacional na produção dos comprimidos, visa baratear os custos e ampliar o acesso da população ao produto”, menciona o texto. As Forças Armadas aprovaram a compra no período de 2019 a 2022, de acordo com levantamento feito pelo deputado federal Elias Vaz (PSB-GO). A conta, que envolve ao menos dez empenhos, pode chegar a R$ 33 milhões.

O contrato envolve o Laboratório Farmacêutico da Marinha Brasileira e a empresa EMS S/A, segundo consta no Portal da Transparência e no Painel de Preços do governo federal. Diante da aquisição, o parlamentar solicitou, nesta quinta-feira, a convocação do ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Oliveira, para explicar a aquisição.

Desde 2009 o Laboratório da Marinha mantém outras parcerias com o Ministério da Saúde para desenvolvimento e produção de medicamentos de alto valor agregado, reduzindo o custo dos tratamentos de esquizofrenia, esclerose lateral amiotrófica e artrite reumatoide.