Acordos coletivos ficam sem ganhos reais pelo 25º mês seguido, revela Fipe

Foto: André Ávila/CP Memória

Os trabalhadores brasileiros completaram o mês de março de 2022 com o 25º mês consecutivo sem ganhos reais em seus rendimentos nas negociações salariais. O resultado consta do boletim Salariômetro, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e revela que a mediana do reajuste obtido nas negociações salariais coletivas (acordos e convenções) no mês passado empatou com a inflação do período, calculado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado dos últimos 12 meses, de 10,8%.

Há 12 anos, a mediana dos reajustes não indica aumento real dos salários. No mês passado, 49,9% das negociações resultaram em reajuste abaixo do índice de referência. Somente 16,1%, ou 1 em cada 6 acordos, resultaram em ganho acima do INPC acumulado no período, enquanto as negociações em que se obtiveram aumentos iguais ao índice foi de 34,1%. A proporção de reajustes médios foi de 10,1%.

Conforme o boletim, as cláusulas mais frequentes nos acordos e nas convenções coletivas no primeiro trimestre de 2022 foram o controle de jornada, que aparece em 50,6% dos acordos coletivos e em 1,5% das convenções coletivas. Em seguida vem a ajuda de custo (75,1% nos acordos), horário flexível (43,3% nas convenções), e prevenção de acidentes (69,6% nos acordos).