WhatsApp nega ter feito acordo com TSE para adiar mudanças para após as eleições

Representantes da empresa se encontraram com o presidente Jair Bolsonaro e o ministro das Comunicações, Fábio Faria, nesta quarta

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O WhatsApp informou que as mudanças que devem ser implementadas no aplicativo não são fruto de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e que as resoluções ocorrerão somente após as eleições deste ano. Representantes da empresa se encontraram na manhã desta quarta-feira com o presidente Jair Bolsonaro e com o ministro das Comunicações, Fábio Faria.

“É importante ressaltar que a decisão sobre a data de lançamento deste recurso no Brasil foi tomada exclusivamente pela empresa, tendo em vista a confiabilidade do funcionamento do recurso e sua estratégia de negócios de longo prazo. Essa decisão não foi tomada a pedido nem por acordo com o Tribunal Superior Eleitoral”, completou a empresa, em nota.

O comunicado confirma que o aplicativo assinou um memorando de entendimento com o TSE no início deste ano. O documento estabelece por exemplo, a criação de um chatbot – canal de denúncias para contas suspeitas de diversos disparos em massa e treinamentos para a equipe da Justiça Eleitoral. O aplicativo também é signatário do Programa de Enfrentamento à Desinformação desde 2019.

O WhatsApp anunciou, em 14 de abril, o recurso “Comunidades”, que na prática permite disparos em massa para diversos grupos de interesses comuns. Isso acende um alerta quanto ao envio de informações falsas em ano de eleição, mas a empresa ressaltou que nenhum recurso novo vai ser implementado antes do pleito de 2022. O WhatsApp avalia que o público-alvo da iniciativa são escolas, empresas e moradores de prédios, por exemplo.

Após o período eleitoral, o aplicativo também vai promover uma série de novidades. Entre elas, reações com emojis a mensagens, exclusão de mensagens em grupos pelo administrador, aumento da capacidade de envio de arquivos grandes para até 2 gigabytes e chamadas de voz com apenas um toque para até 32 pessoas.

O que disse o ministro das Comunicações 

Após a reunião com Bolsonaro e representantes do WhatsApp, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, reforçou que não há relação entre a entrada em vigor das mudanças promovidas pelo aplicativo e as eleições, e que a decisão é totalmente comercial e não decorrente de um acordo com o TSE, como “saiu na imprensa”.

Questionado se Bolsonaro entendeu as mudanças que serão feitas pelo aplicativo, o ministro das Comunicações relatou que sim. “O presidente, depois que ouviu isso, entendeu perfeitamente. Sendo uma decisão da empresa, é uma decisão de mercado. O presidente entendeu todos os pontos”, completou.