Ganharam fôlego as especulações de que o ex-governador Eduardo Leite (PSDB) possa concorrer ao Piratini depois de ver naufragar os planos de integrar uma chapa presidencial. O tucano, que vinha articulando nacionalmente a formação de uma terceira via para tentar quebrar a polarização entre Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT), perdeu espaço, o que levou Leite a confirmar apoio à pré-candidatura de João Doria pelo PSDB, na sexta-feira passada. Na quarta-feira, o ex-governador desembarca em Porto Alegre para manter negociações e avaliar o clima eleitoral no Rio Grande do Sul.
São grandes, porém, os entraves a uma eventual candidatura de Leite em 2022. As dificuldades envolvem o MDB, que lançou Gabriel Souza como pré-candidato. Hoje, é nula a chance de os emedebistas abrirem mão do protagonismo em favor do tucano. O partido elegeu quatro dos dez governadores gaúchos após a redemocratização.
Além disso, o cenário nacional vai ter impacto sobre o pleito estadual. Por ora, mesmo com Leite fora do páreo, a pré-candidatura de Doria continua não decolando. A chapa presidencial de uma terceira via pode ser formada, então, pela senadora Simone Tebet (MDB) e pelo empresário Luciano Bivar (União Brasil). Com Doria fora do páreo, o que deve ocorrer em maio, Leite pode inclusive ter chances de formar essa chapa nacional.
Se tudo der errado, há ainda a possibilidade da presença do ex-governador na eleição ao Senado, disputa tão complexa quanto à do Executivo.
*Com informações da jornalista Taline Oppitz