Dengue: RS entra em alerta máximo com cinco mortes e mais de 9 mil contaminações

Foco abrange 177 municípios, incluindo Porto Alegre, onde o nível de alerta é maior

Foto: Cristine Rochol/PMPA

O Rio Grande do Sul entrou em alerta máximo contra a dengue. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) comunicou o status nesta quarta-feira. Mais de 9 mil casos autóctones – quando o paciente adoece sem viajar – já foram registrados em cidades gaúchas desde o início do ano. Entre esses, cinco levaram pacientes à morte.

A medida prevê reforço na mobilização de enfrentamento ao mosquito transmissor, o Aedes aegypti. O foco abrange 177 municípios, incluindo Porto Alegre, onde o nível de alerta é maior pelo número de casos e óbitos registrados até o momento.

O assunto pautou, nesta quarta, uma reunião do Centro de Operações de Emergência em Arboviroses (doenças transmitidas pela picada de um inseto). Participaram representantes de áreas da assistência e vigilância da SES e de outras instituições, como Fiocruz, Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) e Conselho das Secretarias Municipais de Saúde (Cosems-RS). “O alerta máximo significa uma maior atenção com medidas fortes nas regiões de maior incidência”, disse a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann durante a reunião.

Dentre as ações futuras acordadas durante a reunião, a organização de reuniões com coordenadores regionais de saúde, prefeitos e secretários municipais de cidades prioritárias; a modelagem de um painel com informações acessíveis à população e gestores (nível de infestação, número de casos, número de agentes de endemias, por exemplo); a capacitação de equipes assistenciais (Atenção Primária à Saúde e rede hospitalar) com foco no manejo clínico; e a elaboração de videoaulas para equipes assistenciais e de vigilância em saúde.

Na capital, número de casos passa de 1,2 mil 

Até esta quarta-feira, Porto Alegre já havia atingido 1.263 casos de dengue em 2022, sendo 1.236 deles autóctones – quase 98% do total. Com a infestação do mosquito Aedes Aegypti, vetor da dengue, zika e chikungunya, considerada alta em 20 bairros, a prefeitura segue realizando ações de combate à transmissão da doença. Região que concentra o maior número de casos, o Jardim Carvalho, recebeu a visita de agentes de combate à endemias (ACE) nesta quarta-feira.

A região do distrito de saúde leste, que além do Jardim Carvalho abrange Bom Jesus, Jardim do Salso, Três Figueiras, Chácara das Pedras, Vila Jardim, Jardim Sabará, Morro Santana e parte do Agronomia, soma 630 casos confirmados de dengue em 2022, quase 50% do total da cidade. O distrito Centro Sul, que compreende os bairros Cavalhada, Camaquã, Nonoai e partes do Teresópolis, Campo Novo e Hípica, vem em segundo, com 123.

Veja as Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS) com os maiores níveis de alerta

2ª CRS (sede Frederico Westphalen): 26 municípios (196 mil habitantes)
– 954 casos autóctones (524 casos a cada 100 mil hab.)
– 1 óbito

16ª CRS (sede Lajeado): 37 municípios (372 mil habitantes)
– 1.700 casos autóctones (474 casos a cada 100 mil hab.)
– Sem óbito

1ª CRS (sem considerar a sede Porto Alegre): 65 municípios (3,1 milhões de habitantes)
– 4.398 casos autóctones (95 casos a cada 100 mil hab.)
– 1 óbito

Porto Alegre: 1,5 milhão de habitantes
– 1.193 casos autóctones (80 casos a cada 100 mil hab.)*
– Sem óbito

14ª CRS (sede Santa Rosa): 22 municípios (239 mil habitantes)
– 488 casos autóctones (219 casos a cada 100 mil hab.)
– 1 óbito

15ª CRS (sede Palmeira das Missões): 26 municípios (169 mil habitantes)
– 168 casos autóctones (103 casos a cada 100 mil hab.)
– 2 óbitos

*ainda sem considerar os 70 casos mais recentes