“Estado não pode permitir”, declara ministro da Justiça sobre assaltos do tipo “novo cangaço”

Governo quer aprovar lei para elevar pena por crimes como o ocorrido nesse domingo no PR; grupo atacou transportadora de valores

Foto: Marcos Corrêa / PR / Divulgação

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, prometeu nesta segunda-feira que o governo federal vai agir com mais rigor em ações de combate ao que vem sendo chamado de “novo cangaço”. A declaração acontece no dia seguinte ao ataque de uma quadrilha a uma transportadora de valores em Guarapuava, no interior do Paraná. Além de ter feito moradores reféns, o bando atirou contra o batalhão da Polícia Militar, usou moradores como escudo humano e deixou balas de fuzil espalhadas pelas ruas do município.

“É um crime gravíssimo, um crime que não temos como dizer. Você chegar numa cidade, incendiar uma cidade, tocar fogo em banco, tocar fogo na polícia, que isso causa um terror naquelas pessoas. Isso, na nossa opinião, é um tipo de terrorismo, e a gente precisa jogar duro com isso porque as pessoas estão sofrendo (…). E o Estado não pode permitir esse tipo de coisa”, declarou.

Torres disse que o presidente Jair Bolsonaro enviou há três semanas uma minuta de projeto de lei ao Congresso Nacional para aumentar a pena para quem pratica crimes como esse no país. O ministro também afirmou que a Polícia Federal vai iniciar as investigações sobre o que ocorreu no Paraná.

Na ação desse domingo, 30 homens armados atacaram uma transportadora de valores, deixando dois feridos policiais militares. Um deles sofreu um disparo na cabeça e o outro, em uma perna. Moradores foram utilizados como escudo humano durante o assalto, sendo um deles baleado, segundo o Serviço de Atendimento Móvel de Emergência (Samu).

De acordo com o ministro, existe uma articulação entre as quadrilhas que cometem crimes como o desse domingo, um “modo de operar”. Torres afirmou que a Polícia Federal investiga a atuação desses grupos, mas que é preciso endurecer a penalização.

O assalto teve início perto das 23h, com dinâmica semelhante ao roubo registrado em Criciúma, em Santa Catarina, em dezembro de 2020. Nos crimes conhecidos como “novo cangaço”, os grupos criminosos se valem de gargalos da estrutura policial para roubar altas quantias de dinheiro e espalhar terror, sobretudo em cidades de pequeno e médio porte.