Após cirurgias, repórter esfaqueado em Brasília se recupera

Jornalista da TV Globo levou cerca de dez facadas; câmeras registraram o crime

Foto: Redes Sociais/Reprodução

Internado na UTI do Hospital de Base de Brasília depois de passar por cirurgias ao longo da madrugada, o jornalista Gabriel Luiz, da Rede Globo, despertou da sedação e reconheceu o pai e apertou a mão dele levemente, segundo o hospital. Dois homens atacaram o repórter, que levou cerca de dez facadas na noite dessa quinta-feira.

O Iges, que administra a unidade de saúde, emitiu uma nota e informou que Gabriel está “no pós-operatório imediato, em estado grave, mas estável” e que está consciente. Ele deve ser transferido para uma ala de tratamento intensivo em um hospital particular.

Esfaqueamento
Gabriel sofreu ao menos dez facadas no estacionamento de um supermercado, enquanto deixava o local e seguia para casa, no Sudoeste. Área nobre da capital, a região é considerada segura.

Os dois assaltantes levaram o celular do repórter, mas deixaram para trás a carteira dele, com documentos e dinheiro. Câmeras de segurança registraram o momento em que os suspeitos seguem a vítima. Gabriel levou estocadas no abdômen, pescoço, pulsos e perna e teve forte hemorragia. Mesmo ferido, ele pediu ajuda ao porteiro do prédio onde mora, que chamou o socorro.

Após ser resgatado pelo Corpo de Bombeiros, o jornalista recebeu atendimento no Hospital de Base, onde passou por cirurgia, para estancar o sangramento. Pela manhã, ele ainda passou por mais uma operação, na mão. Transferido para a UTI, ele agora fica em observação.

Entidades de imprensa repudiaram o crime e manifestaram solidariedade ao repórter, cobrando que seja apurado se o crime guarda relação com a atuação profissional do jornalista.

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) tratou o caso como tentativa de assassinato e cobrou uma investigação sobre o crime. “Diante da escalada da violência contra jornalistas no Brasil, é preciso uma averiguação criteriosa da motivação do crime, para que seja esclarecido se está vinculado ao exercício profissional”, defende a publicação da organização.

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) também pediu uma apuração rigorosa. “A ABI exige que as autoridades policiais do Distrito Federal investiguem com empenho a tentativa de homicídio e a esclareçam o mais rapidamente possível”, disse o presidente da entidade, Paulo Jerônimo.

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) afirmou que “vê com muita preocupação a violência grave sofrida pelo repórter Gabriel Luiz” e também pediu empenho da polícia para averiguar o crime. A entidade manifestou preocupação com a possibilidade de o ataque ter sido motivado pela atuação profissional do jornalista, que costuma fazer reportagens investigativas, inclusive na área política.