A melhora na circulação de consumidores ainda não se traduziu em retomada econômica para bares e restaurantes gaúchos. Um levantamento da Associação de Bares e Restaurantes (Abrasel) revela que quase metade dos estabelecimentos estão com atraso no Simples Nacional e, destes, 22% afirmam que não tem como resolver as pendências até 29 de abril, prazo para aderir ao Programa de Reescalonamento de Débitos (RELP), o novo REFIS.
O levantamento revela também que 34% dos estabelecimentos fecharam fevereiro com prejuízo. Apesar do índice ser melhor na comparação com janeiro e a média nacional, a situação segue delicada para uma parte do setor de Alimentação Fora do Lar que possui parcelas do Simples Nacional em atraso e convive com a escassez de opções de aplicativos para entrega de comida.
“A situação do Simples acaba sendo uma das maiores preocupações, pois muitos não tem mais ao que recorrer para manter seus negócios. O endividamento já está posto e isso fragiliza muito o setor. Nós sofremos muito com a pandemia e nessa linha veio a inflação, aumento do combustível, os empréstimos que precisam ser pagos e negociações com fornecedores”, detalha Maria Fernanda Tartoni, presidente da Abrasel no RS.
Com a recente saída do Uber Eats do mercado de aplicativos de entrega de comida, o cenário ficou ainda mais complicado. Dois terços dos estabelecimentos gaúchos utilizam delivery, sendo que 41% começaram depois do início da pandemia. Nas preferências dos empresários, 73% utilizam as plataformas para este serviço, com o iFood na posição de extrema dominância e ganhando mais força ainda com o encerramento das atividades do concorrente.
“Infelizmente, ainda são muitos trabalhando no prejuízo e lutando com as vendas de delivery através de um único aplicativo, visto que a saída da Uber Eats concentrou o poder na mão de uma única plataforma”, explica a presidente da Abrasel no RS.