Abras aponta alta de 2,26% no consumo das famílias no primeiro bimestre

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Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O consumo nos lares brasileiros encerrou o primeiro bimestre de 2022 com alta de 2,26%, na comparação com o mesmo período de 2021. A estimativa é da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) para quem o indicador de consumo das famílias com base na estimativa do setor supermercadista deverá chegar a 2,80% para 2022.

Conforme dados da Abras, na comparação com fevereiro de 2021 o crescimento do consumo nos lares foi de 3,98%, recuando 0,90% na comparação com janeiro deste ano. Para a entidade, a queda é explicada pelo menor número de dias em fevereiro quando comparado ao mês ao mês anterior. “O consumo nos lares foi positivo neste primeiro bimestre, ainda que diante de uma inflação elevada e da alta taxa de desemprego, afirma o vice-presidente Institucional da Abras, Marcio Milan.

A manutenção do consumo neste nível, segundo o dirigente, é explicada pela manutenção da renda originada por programas sociais, como o Auxílio Brasil, que tem 18 milhões de beneficiados no País com renda mínima de R$ 400.

“Neste ano, desde fevereiro, o pagamento do benefício extraordinário (Auxílio Brasil) é certo para ao menos 18 milhões de famílias em todo o país até o final do ano”, comenta.

CESTA DE PRODUTOS

Outra fonte de recursos que vai ajudar no consumo das famílias é o Saque Extraordinário do Fundo de Garantia (FGTS). Segundo o Ministério da Economia, serão liberados cerca de R$ 30 bilhões para 42 milhões de pessoas que tem recursos no Fundo. O valor, de até R$ 1 mil, deve ser liberado entre abril e junho. O prazo final de resgate é até 15 de dezembro.

O AbrasMercado (cesta de 35 produtos de largo consumo composta de alimentos, bebidas, produtos de limpeza e itens de higiene e beleza) registrou alta de 1,33% em fevereiro na comparação com o mês anterior. Como essa variação, o preço na média nacional passou de R$ 709,63 em janeiro para R$ 719,06 em fevereiro. No acumulado de 12 meses, a cesta nacional registra alta de 13,53%.

As maiores altas em fevereiro foram puxadas pela batata (23,49%), feijão (4,77%), cebola (3,26%), ovo (2,79%) e farinha de trigo (2,76%). As quedas mais expressivas ficaram no preço do pernil (-3,01%), do frango congelado (-2,29%), do queijo prato (-0,15%), do sabão em pó (-0,14%), do leite em pó integral (-0,05%) e do refrigerante pet (-0,05%).

Regionalmente, a região Sudeste teve a maior variação no preço médio da cesta, com alta de 1,58%, passando de R$ 689,11 em janeiro para R$ 700,00 em fevereiro. Comportamento semelhante ocorreu na região Centro-Oeste, que registrou a segunda maior variação no preço da cesta, de 1,57%, passando de R$ 651,78 em janeiro para R$ 661,99 em fevereiro.

Nas demais regiões, as maiores variações mensais no preço da cesta foram respectivamente: Sul (1,21%), Nordeste (1,18%), Norte (1,15%). Apesar de a cesta Norte ter apresentado a menor variação em fevereiro, a região teve a cesta mais cara dentre todas as regiões, com preço médio de R$ 792,43.