Em meio a investigações a cargo da Polícia Federal, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, nesta quarta-feira, não ter muito contato com o filho Jair Renan, conhecido como 04, acusado de tráfico de influência e lavagem de dinheiro. O chefe do Executivo afirmou não saber se ele “está certo ou se está errado” e completou dizendo esperar “que Deus o proteja”.
Bolsonaro se reuniu com lideranças evangélicas em um encontro no Palácio do Alvorada, na capital federal, fora da agenda oficial. Na ocasião, o presidente reclamou de “pancadas” que recebe diariamente pela imprensa e comentou o último episódio, que envolve o filho mais novo entre os homens.
Fruto do relacionamento com Ana Cristina Valle, Jair Renan, de 24 anos, mora com a mãe em uma mansão no Lago Sul, área nobre de Brasília.
Recentemente, ele prestou depoimento por cinco horas na sede da Polícia Federal, em Brasília. As investigações conduzidas pela corporação entraram em fase final, e o inquérito sugere que Jair Renan possa ter utilizado a empresa Bolsonaro Jr Eventos e Mídia para aproximar a mineradora Gramazini Granitos e a Mármores Thomazini do então ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.
Em troca dessa suposta articulação, o filho do presidente ganhou um carro elétrico, avaliado em R$ 90 mil. Um mês após ele ter recebido o veículo, os empresários que fizeram o repasse do automóvel se reuniram com Marinho.
“Isso é fácil de provar. É só consultar no Detran, e a lavagem, [na] conta bancária”, destacou Bolsonaro no encontro com os pastores.
Na ocasião do depoimento de Jair Renan, o advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, afirmou que o cliente é vítima de “fake news” propagada por pessoas que querem prejudicar o Executivo.
“A Polícia Federal já apurou que todas as acusações são falsas. Ele afirmou que abre mão do seu sigilo. Ele abre mão do seu sigilo fiscal e bancário”, disse Wassef.
O advogado afirmou que Jair Renan chegou a viajar ao Espírito Santo, estado onde fica a sede de uma das empresas supostamente favorecidas, mas que esse deslocamento ocorreu a convite de um amigo, em meio a trabalhos de influenciador digital do filho de Bolsonaro. Jair Renan ficou calado, ao lado de Wassef, e não respondeu às perguntas da imprensa.
Mais cedo, no encontro com pastores, o presidente destacou que a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e a família também se tornaram alvo de “pancada” da mídia.
