Dez lideranças de facções envolvidas em mortes em Porto Alegre são transferidas

Homens foram enviados para a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas

Tropa do 1º BPChq ocupou cedo estabelecimento prisional | Foto: BM / Especial / CP

Uma operação de transferência de dez lideranças de facções criminosas, envolvidas no conflito em Porto Alegre, foi desencadeada no começo desta manhã de quarta-feira na Cadeia Pública (antigo Presídio Central). Uma operação de revista está sendo realizada também nas celas dos apenados das galerias ligadas às facções no estabelecimento prisional, visando a apreensão de ilícitos, como telefones celulares e drogas. O pente-fino tem amparo judicial.

Um forte aparato de segurança foi montado para a remoção dos apenados até a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc). A mobilização envolveu a Secretaria da Segurança Pública do Estado, Secretaria de Justiça e Sistemas Penal e Socioeducativo, Polícia Civil, Brigada Militar e Superintendência dos Serviços Penitenciário.

Ao longo da BR 290, a Polícia Rodoviária Federal reforçou o policiamento em apoio à passagem do comboio de viaturas em direção à Charqueadas. No dia 25 de março deste ano, dois líderes já tinham sido removidos.

A remoção de presos de casas prisionais faz parte das ações para frear a onda de violência em Porto Alegre. Ao menos 25 pessoas foram assassinadas devido à disputa desde o dia 14 de março. O homicídio mais recente ocorreu na noite dessa terça-feira onde um homem foi morto a tiros, na rua Professor Carvalho de Freitas esquina com a rua Bispo William Thomas, no bairro Teresópolis. Segundo o delegado titular da Delegacia de Homicídios de Gravataí e que estava responsável pelo plantão de homicídios de Porto Alegre e da Região Metropolitana, Daniel Queiroz, o indivíduo era um integrante de um facção e foi executado possivelmente por membros da organização criminosa rival.

No momento em que foi alvejado, o criminoso voltava de um mercado a pé, acompanhado de outro indivíduo, por volta das 21h. Queiroz explicou que o homem que foi a óbito usava tornozeleira. O que o acompanhava estava em liberdade condicional e não sofreu nenhum ferimento. Ele já prestou depoimento na condição de testemunha e foi liberado. O caso continuará sendo apurado pela Polícia Civil.