Ranolfo revela que já deu início às articulações políticas em prol da reeleição

Político assumiu a chefia do Executivo em março, após renúncia de Leite

Foto: Guilherme Almeida/Correio do Povo

O governador Ranolfo Vieira Júnior (PSDB) revelou, nesta terça-feira (12), que já dialoga com os partidos da base aliada em busca de uma aliança em prol da reeleição. O político, que assumiu a chefia do Executivo gaúcho no fim de março, após a renúncia de Eduardo Leite, vê na candidatura própria a sua única alternativa.

Em visita institucional ao Correio do Povo, o tucano reiterou que o lançamento de um nome do PSDB ao Palácio Piratini se impõe, até mesmo, em razão do peso da legenda no Rio Grande do Sul. Ranolfo ressalta que três dos maiores colégios eleitorais do Estado (Caxias do Sul, Pelotas e Santa Maria) estão sob o comando do partido.

“A continuidade desse projeto é importante. Pelo o que eu tenho de conhecimento, pelo o que eu e Eduardo [Leite, ex-governador] fizemos juntos ao longo desse período, me sinto legitimado para dar seguimento a esse governo. Temos conversado com vários partidos que integram a nossa base, e lá na frente vamos tomar essa decisão”, afirma.

A última janela partidária beneficiou o PSDB, que se tornou a nova casa de boa parte dos políticos que construíram as suas carreiras pelo PTB. O racha entre os partidos, que disputaram juntos as eleições em 2018, se deu em decorrência de declarações homofóbicas de Roberto Jefferson contra o ex-governador Eduardo Leite.

Salários

Ranolfo também comentou o projeto de reajuste salarial dos servidores estaduais, que tramita na Assembleia Legislativa. O índice definido pelo Governo, de 6%, é criticado pelas entidades de classe. Os sindicatos questionam o fato do aumento não levar em conta o período de cinco anos em que não houve reposição ao funcionalismo.

“Queria que esse reajuste fosse superior ao índice apresentado por nós. Mas temos alguns impedimentos. O primeiro deles é legal: não podemos, no período eleitoral, dar aumento superior à previsão da inflação. Então ficamos na casa dos 6%. O segunda questão é a da responsabilidade fiscal”, ressalta Vieira Júnior.

Segurança

A disputa entre duas facções, que deixou 24 mortos na Capital entre a primeira quinzena de fevereiro e o dia 4 de abril, é considerada como assunto “dominado” pelo governador. Ranolfo, que acumulou o cargo de Secretário da Segurança Pública junto à vice-governança, nos três primeiros anos de gestão, já observa redução nos índices.

“Sequer cogitamos chamar a Força Nacional. Esse é um fato pontual, muito localizado, neste momento já dominado pelas forças de segurança pública. Todos os movimentos necessários já foram feitos. A tendência, e já observamos nos indicadores de Porto Alegre, uma queda nesses crimes”, garante.

O tucano antecipou que o programa Avançar na Segurança Pública terá a sua segunda fase anunciada na próxima semana. Ainda conforme o político, o setor receberá um reforço de, pelo menos, R$ 120 milhões. A primeira etapa do projeto, anunciada no fim do ano passado, tem como principal foco a reconstrução da Cadeia Pública de Porto Alegre.