As costuras políticas realizadas nacionalmente, visando a construção e a viabilidade de uma terceira via na sucessão presidencial e o rompimento da forte polarização entre Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT), terão reflexos em estados, como no Rio Grande do Sul. O cenário mais avançado envolve o MDB, o União Brasil, o PSDB e o Cidadania. Os dois últimos vinculados em uma federação, que tem duração de quatro anos.
Em função da parceria de longo prazo, também realizada entre o PT e o PCdoB, os partidos envolvidos terão de criar novos comandos estaduais em função das eleições deste ano. O prazo estabelecido pela Justiça Eleitoral para colocar a iniciativa em prática termina no final de maio. As negociações em torno de uma aliança ainda no primeiro turno da disputa, no Estado, devem ser aceleradas a partir de 18 de maio, data em que as direções nacionais dos quatro partidos – União Brasil, MDB, Cidadania e PSDB – prometeram anunciar um pré-candidato único.
A cúpula tucana, no entanto, ainda tem o problema interno para resolver, já que João Doria e Eduardo Leite estão fardados para concorrer. A situação está avançando rápido e já estão na mesa discussões sobre como se dará a escolha entre os nomes cotados por cada um dos partidos. Uma delas seria a realização de pesquisas qualitativas, bem mais profundas que as quantitativas de intenções de voto. Segundo o presidente do União Brasil no Rio Grande do Sul, Luís Carlos Busato, outra alternativa em discussão em nível nacional seria a de votação direta. O colégio eleitoral seria formado pelos pré-candidatos à Câmara dos Deputados dos quatro partidos. A fórmula garantiria maior peso a estados como São Paulo, cuja bancada é maior e, portanto, as nominatas proporcionais são mais amplas.