Moro declara, em Caxias do Sul, que “não desistiu de mudar o Brasil”

Em palestra a empresários, ex-ministro da Justiça defendeu "via democrática única" para combater os extremos

Foto: Júlio Soares / Divulgação

O ex-ministro da Justiça e ex-juiz federal Sérgio Moro palestrou, nesta segunda-feira, no reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul. Durante a explanação, ele comentou que não desistiu de transformar ou de mudar o País.

“Ocorre que existe uma percepção de que é necessário que haja uma via democrática única para fazer frente às duas propostas políticas de extremos. E a gente precisa ter um centro unificado para fazer face a esses desafios. Nesta perspectiva, ninguém abria mão de nada, ninguém se dispunha a fazer uma espécie de sacrifício, e essa minha movimentação representa a ideia de dar um passo atrás para ajudar na formação dessa via democrática, para conseguir reunir as forças necessárias para ir adiante”, explicou, já no início da apresentação, justificando por que se filiou ao partido União Brasil.

Sérgio Moro disse que para resolver os problemas do País é preciso olhar para o futuro, e que esse futuro não está nem em um governo do passado, “que fracassou e que está manchado por escândalos de corrupção”, nem no governo atual. Sobre a gestão da qual fazia parte, o ex-ministro disse “que entrega um País estagnado economicamente e que abandonou as promessas que havia feito em 2018, especialmente as relacionadas à continuidade do combate à corrupção’. “Um governo que nos isolou internacionalmente”, completou.

Sobre corrupção, o ex-juiz relatou que o País avançou com a Lava Jato. “Pela primeira vez se viu gente poderosa sendo processada e julgada. Ninguém na Lava Jato foi preso ou condenado senão porque ou pagou suborno ou porque recebeu suborno”.

Em relação às propostas para o Brasil, Moro reforçou a necessidade de um projeto que contemple as reformas e defendeu o fim da reeleição para presidente da República, o fim do foro privilegiado, a volta da execução em segunda instância, a proteção a algumas instituições de controle, como por exemplo mandato fixo para diretor da Polícia Federal e indicação ao Supremo Tribunal Federal de nomes que tenham histórico de combate à corrupção.