Provocada pela Ômicron, terceira onda de Covid está no fim, aponta Fiocruz

Pesquisadores também defendem quarta dose para idosos e avanço da vacinação infantil

Foto: Mauro Schaefer/CP

A continuidade da tendência de queda nos casos, internações e óbitos pela Covid-19 indica que a terceira onda de infecções, causada pela variante Ômicron, está no fim. Foi o que concluíram pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que divulgou nesta sexta-feira o Boletim do Observatório Covid-19.

Os cientistas veem um cenário bastante positivo no país, com uma queda de 36% nos novos casos e de 41% nos óbitos pela doença, na comparação entre dados de 6 a 19 de março com os de 20 de março a 2 de abril.

“Como reflexo dessa tendência geral, houve queda dos indicadores de transmissão em grande parte dos estados, como Rondônia, Roraima, Tocantins, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso e também no Distrito Federal”, detalha a Fiocruz. Pela primeira vez desde maio de 2020, nenhum estado superou a marca de 0,3 óbito a cada 100 mil habitantes.

A média móvel de mortes pela Covid chegou a 215 vítimas por dia em um período de sete dias, e a letalidade da doença se mantém abaixo de outros momentos da pandemia. Entre os que testaram positivo para a doença, 0,8% foram a óbito, proporção que já chegou a 3% em 2021.

Vacinação
A queda no número de mortes e na letalidade da Covid-19 decorre dos índices de vacinação. O país conta com 82,5% da população com a primeira dose, 75,4% com o esquema de vacinação completo (duas doses ou dose única) e 37,1% com a dose de reforço. A menor gravidade da infecção pela Ômicron, em relação a variantes anteriores, também explica um número menor de mortes, já que a evolução para casos severos é menos frequente.

“A ampliação da vacinação, atingindo regiões com baixa cobertura e doses de reforço em grupos populacionais mais vulneráveis, pode reduzir ainda mais os impactos da pandemia sobre mortalidade e internações. Ao mesmo tempo, todo o sistema de saúde deve se valer do período de menor transmissão da Covid-19 para readequar os serviços para o atendimento de demandas represadas”, dizem os pesquisadores.

Quarta dose

A Fiocruz alerta, ainda, que metade dos óbitos na última semana epidemiológica se deu entre pessoas com ao menos 74 anos, o que reforça a vulnerabilidade dessa população diante da doença. Os pesquisadores defendem como necessária a aplicação de uma quarta dose nesse grupo:

“Concomitantemente, há necessidade absoluta de avanço na vacinação dos mais jovens elegíveis (5 a 11 anos) e o início do debate sobre vacinação na faixa de 0 a 4 anos”, cita a fundação.