A Brigada Militar vai ter mais um reforço para atuar no policiamento ostensivo em Porto Alegre, visando conter e coibir o conflito pontual entre três facções. Um novo contingente vindo do Interior entra em operação nesta sexta-feira. Ele deve se somar à mobilização dos batalhões locais, que já recebem apoio de vários batalhões de polícia de choque, em sistema de rodízio.
Uma das áreas conflagradas é a vila Cruzeiro do Sul, no bairro Santa Tereza. Na manhã desta quinta-feira, a reportagem do Correio do Povo esteve na região e constatou a atuação de policiais militares da Força Tática do 1º BPM.
Como os demais batalhões da cidade, o efetivo do 1º BPM vem fazendo patrulhamento ostensivo intensificado, barreiras, abordagem de suspeitos e veículos, além de incursões em becos, tanto de dia quanto à noite. A ordem é estancar a escalada de atentados que leva medo às comunidades, alterando a rotina dos moradores. O helicóptero do Batalhão de Aviação da BM também vem sendo acionado.
Já o Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil avança na investigação dos homicídios e já efetuou prisões e apreensões de armas nas últimas semanas. A troca de informações e estratégias é uma constante com a Brigada Militar.
No bairro Agronomia, na manhã dessa quarta-feira, por exemplo, a equipe da 1ª DPHPP apreendeu um fuzil calibre 556, uma pistola calibre 380, uma pistola calibre nove milímetros, seis carregadores, um kit roni que transforma uma pistola em uma submetralhadora e três seletores de rajada, além de 468 munições de calibres variados, em um casa. O suspeito preso é ligado à facção que atua na vila Cruzeiro do Sul.
O Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) também vem agindo nesse cerco. Na tarde dessa quarta, os agentes recolheram seis placas balísticas modelo “strike face” e uma capa de colete à prova de balas em uma residência também na vila Cruzeiro, além de um revólver calibre 38 com dez munições e R$ 200 em dinheiro.
Segundo um levantamento obtido pelo Correio do Povo, após a primeira morte ocorrida em fevereiro, outros 16 homicídios foram registrados em março e mais seis, nos primeiros seis dias de abril. Todas as ocorrências tiveram relação direta entre a guerra travada entre as facções, somando 23 mortes até o momento.