PMs do Interior vão reforçar ações da BM em áreas conflagradas de Porto Alegre

Na manhã desta quinta, Força Tática do 1º BPM intensificou patrulhamento na vila Cruzeiro do Sul

Foto: Guilherme Almeida / CP

A Brigada Militar vai ter mais um reforço para atuar no policiamento ostensivo em Porto Alegre, visando conter e coibir o conflito pontual entre três facções. Um novo contingente vindo do Interior entra em operação nesta sexta-feira. Ele deve se somar à mobilização dos batalhões locais, que já recebem apoio de vários batalhões de polícia de choque, em sistema de rodízio.

Uma das áreas conflagradas é a vila Cruzeiro do Sul, no bairro Santa Tereza. Na manhã desta quinta-feira, a reportagem do Correio do Povo esteve na região e constatou a atuação de policiais militares da Força Tática do 1º BPM.

Como os demais batalhões da cidade, o efetivo do 1º BPM vem fazendo patrulhamento ostensivo intensificado, barreiras, abordagem de suspeitos e veículos, além de incursões em becos, tanto de dia quanto à noite. A ordem é estancar a escalada de atentados que leva medo às comunidades, alterando a rotina dos moradores. O helicóptero do Batalhão de Aviação da BM também vem sendo acionado.

Já o Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil avança na investigação dos homicídios e já efetuou prisões e apreensões de armas nas últimas semanas. A troca de informações e estratégias é uma constante com a Brigada Militar.

No bairro Agronomia, na manhã dessa quarta-feira, por exemplo, a equipe da 1ª DPHPP apreendeu um fuzil calibre 556, uma pistola calibre 380, uma pistola calibre nove milímetros, seis carregadores, um kit roni que transforma uma pistola em uma submetralhadora e três seletores de rajada, além de 468 munições de calibres variados, em um casa. O suspeito preso é ligado à facção que atua na vila Cruzeiro do Sul.

O Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) também vem agindo nesse cerco. Na tarde dessa quarta, os agentes recolheram seis placas balísticas modelo “strike face” e uma capa de colete à prova de balas em uma residência também na vila Cruzeiro, além de um revólver calibre 38 com dez munições e R$ 200 em dinheiro.

Segundo um levantamento obtido pelo Correio do Povo, após a primeira morte ocorrida em fevereiro, outros 16 homicídios foram registrados em março e mais seis, nos primeiros seis dias de abril. Todas as ocorrências tiveram relação direta entre a guerra travada entre as facções, somando 23 mortes até o momento.