O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira (7) que “o futuro da energia brasileira está em jogo”. A declaração ocorreu durante um evento na sede do Tribunal de Contas da União, em Brasília, onde ele discutiu e defendeu o modelo de privatização da Eletrobras.
Na avaliação de Paulo Guedes, a Eletrobras tem um legado importante, mas “chegou ao limite”. Hoje, precisaria investir R$ 15,7 bilhões por ano para se manter com o mesmo grau de relevância da matriz energética brasileira. Segundo ele, a empresa consegue manter apenas R$ 3,5 bilhões.
“(O Brasil) É um país de matriz energética mais limpa do mundo, a mais diversificada, e essa solução da capitalização da Eletrobras vai nos avançar em todas essas dimensões”, defendeu Guedes, referindo-se ao que chamou de “solução” a privatização da estatal apresentada pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. A proposta, segundo o governo, garante uma mobilização de cerca de R$ 100 bilhões para a Eletrobras. Guedes não detalhou o que chamou de “solução”.
“Se o Brasil crescer como esperamos que cresça nos próximos anos, a uma taxa mais forte de crescimento, a empresa não só se coloca em risco, como vai comprometendo a segurança energética brasileira”, disse Guedes. Os R$ 100 bilhões de uma eventual privatização servirão, segundo o ministro, para mobilizar recursos capazes de recuperar desde bacias hidrográficas até garantir estabilidade de preço ao consumidor, seja ele “pessoa física” ou o “complexo industrial brasileiro.”
Risco geopolítico
“O futuro da energia brasileira está em jogo. Nós fomos atingidos por duas crises. A primeira foi a pandemia, que nos acelerou em direção ao futuro digital. E veio uma segunda crise agora, uma guerra [na Ucrânia], que nos acelerou em direção à transição energética. A ideia de segurança energética e de risco geopolítico é agora uma constante nas nossas vidas”, disse Guedes.
“É um problema da maior gravidade, da maior seriedade, e é muito importante que é um grito de independência do Brasil no sentido de que nós nós vamos, realmente, destravar todas as fronteiras de investimentos em todas as suas dimensões, nesses subsetores do setor de energia”, complementou o ministro da Economia.