A renda média dos brasileiros no último trimestre de 2021 foi de R$ 1.378 em regiões metropolitanas, o menor valor da série histórica do boletim Desigualdade nas Metrópoles, iniciada em 2012. Em Porto Alegre, o valor chega a R$ 1.575,65. O resultado, divulgado nesta quinta-feira, 7, ocorre mesmo com o aumento populacional. Pela primeira vez desde o início da pandemia, a faixa dos mais ricos perdeu mais renda do que a dos mais pobres.
Segundo pesquisadores, a perda de renda é resultado do impacto da inflação, principalmente pelo preço dos alimentos. O boletim também indica que os mais pobres estão recuperando parte da renda perdida após o início da pandemia de covid-19. Mesmo assim, os rendimentos ainda são 8,9% menores em relação ao patamar imediatamente anterior à pandemia.
Entre os 40% mais pobres, o rendimento per capita do trabalho subiu de R$ 195 para R$ 239 entre o quarto trimestre de 2020 e 2021. A renda dos 10% mais ricos caiu de R$ 6.917 em 2020 para R$ 6.424 em 2021. A região Sul apresentou os menores níveis de desigualdade entre as regiões geográficas. As Regiões Metropolitanas que apresentaram os maiores níveis de rendimento médio, situando-se acima da média do conjunto das metrópoles, foram, em ordem decrescente, Florianópolis (R$ 2.090,20), Distrito Federal (R$ 2.041,28), São Paulo (R$ 1.735,88), Porto Alegre (R$ 1.575,65] e Curitiba (R$ 1.557,65).
Famílias com renda per capita inferior a 1/4 do salário mínimo estão há dois anos enfrentando uma situação de perda de renda. Neste contexto, um dos grupos mais afetados são as crianças. No quarto trimestre de 2021, 26,7% das crianças de até cinco anos de idade viviam em lares com rendimentos per capita insuficientes. Em termos absolutos, eram 1,6 milhões de crianças em regiões metropolitanas nesta situação.
O estudo, que pode ser acessado neste link, foi produzido em parceria por pesquisadores da PUC-RS, do Observatório das Metrópoles e da Rede de Observatórios da Dívida Social na América Latina (RedODSAL), a partir dos dados da PNAD Contínua trimestral, do IBGE.