Ministério confirma que assembleia para eleger comando da Petrobras segue mantida

Reunião, prevista para o dia 13 de abril, vai referendar indicações para presidentes da estatal e do conselho de administração

Foto: Tãnia Rêgo/Agência Brasil

Em meio à crise aberta com a desistência dos escolhidos pelo presidente Jair Bolsonaro, o Ministério de Minas e Energia informou, nesta quarta-feira, que segue mantida a assembleia-geral da Petrobras, prevista para 13 de abril. Na ocasião, serão eleitos o presidente da estatal e o gestor do conselho de administração.

A possibilidade de adiamento da assembleia chegou a ser cogitada diante da dificuldade do governo de escolher nomes para os postos de comando. O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, inclusive, reconheceu o impasse.

“O que pode ocorrer é um adiamento da assembleia de acionistas até que se consiga um nome. Até porque existe um período de análise desses nomes. Vamos ver o que pode acontecer”, disse Mourão, mais cedo.

As indicações seguiam sem definição até o início da tarde desta quarta-feira. Interlocutores do governo dizem que um dos novos cotados para a vaga de presidente da estatal é o secretário de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Caio Paes de Andrade.

O secretário não acumula experiência no setor de gás e petróleo, o que pode ser empecilho para a indicação, devido às regras da empresa. Andrade, bem-visto no Planalto, é ligado ao ministro Paulo Guedes e próximo do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Duas desistências
Na última segunda-feira, o consultor Adriano Pires, que havia sido indicado para a presidência da Petrobras, comunicou desistência ao Palácio do Planalto, alegando conflito de interesses, uma vez que é sócio-diretor de uma empresa que atende diversos clientes do setor de energia e infraestrutura do país.

A desistência ocorreu na esteira da abdicação de Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, indicado ao Conselho de Administração da Petrobras. O empresário desistiu do cargo um dia após o time dele perder a final do Campeonato Carioca para o Fluminense.

Militar no comando
O presidente Jair Bolsonaro prefere que o cargo continue sendo exercido por um militar. Com a desistência dos preferidos pelo chefe do Executivo nacional, o comando da Petrobras segue indefinido. Caso seja aprovado pela assembleia-geral, o escolhido vai substituir o general Joaquim Silva e Luna, demitido pelo presidente no fim de março.