Brasil volta a ter mais de 65 milhões de inadimplentes

Segundo o Serasa, marca não era atingida desde maio de 2020

Foto: Marcos Santos/USP Imagens

O Brasil registrou 65,2 milhões de consumidores inadimplentes em fevereiro, divulgou o Serasa nesta terça-feira. Essa marca não era atingida desde maio de 2020, no início da pandemia da Covid-19. Esses cidadãos devem R$ 263,4 bilhões em valores negativados (em atraso).

Apenas em fevereiro, o número de inadimplentes subiu 0,54%. Cada brasileiro deve, em média, R$ 4.042,08. A estatística se baseia no fato de que existem, em média, 3,4 dívidas ativas para cada número de Cadastro de Pessoa Física (CPF).

Em relação ao perfil dos inadimplentes, os homens correspondem a 50,2% dos devedores, contra 49,8% das mulheres. Na divisão por faixa etária, a maior parte dos devedores está entre 26 e 40 anos de idade (35,3%). Na sequência, aparece a faixa de 41 a 60 (34,9%).

Evolução
O total de consumidores inadimplentes vinha caindo desde abril de 2021, mas está em alta contínua desde outubro do ano passado. De acordo com a Serasa, as recentes altas na taxa de juros, que encarece o crédito, e o desemprego ainda elevado, são as principais causas para o aumento da inadimplência.

A queda na renda média do trabalhador também afeta o pagamento de dívidas. Mesmo com a recuperação gradual do mercado de trabalho nos últimos meses, grande parte das pessoas encontra empregos pagando menos que o anterior, o que aumenta a dificuldade em quitar débitos em atraso.

Entre os tipos de dívidas em situação de inadimplência em fevereiro, segundo a Serasa, 28,6% vêm de débitos com o cartão de crédito. Em segundo lugar, aparecem as dívidas com contas domésticas (água, luz e gás), que respondem por 23,2%. Em terceiro, os gastos no comércio varejista equivalem a 12,5%.