Queiroga promete não deixar faltar medicamento para tratar Covid-19

Remédio baricitinibe vai ser distribuído de graça pelo SUS para atender a internados que estejam usando oxigênio

Foto: Myke Sena/Ministério da Saúde

Após o Ministério da Saúde aprovar o primeiro medicamento para tratar Covid-19, o líder da pasta, Marcelo Queiroga, garantiu que o governo já conta com um estoque do remédio baricitinibe e que “vai comprar o quanto seja suficiente” para que os internados se curem. O ministro falou a jornalistas nesta segunda-feira.

O baricitinibe vai ser distribuído pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento de pacientes adultos internados que necessitem de oxigênio por máscara ou cateter nasal. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu aval ao uso do medicamento para casos graves da doença, acrescentando a indicação à bula. A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) recomendou o uso, tendo o Ministério da Saúde acatado a proposta.

“Esse medicamento mostrou, em estudos randomizados, capacidade de diminuir em mais de 30% a mortalidade por Covid”, declarou Queiroga. O ministro ainda ressaltou que a pasta trabalha na avaliação de outros fármacos e citou o caso do remdesivir, que teve o uso aprovado pela Anvisa, mas que não chegou a ser incorporado ao SUS pelo alto custo do tratamento.

Queiroga pretende incorporar os medicamentos à elaboração de uma diretriz terapêutica voltada a pacientes com Covid-19. A ideia é incluir os remédios no âmbito do recurso que pede à pasta que volte atrás na decisão de barrar as orientações aprovadas pela Conitec.

Na avaliação de Queiroga, a incorporação é um dos pilares para decretar o fim do estado de emergência de saúde no Brasil. Para uma flexibilização, a pasta leva em conta, ainda, a análise do cenário epidemiológico e a capacidade do sistema de saúde em atender pacientes com Covid.

“São as três condições para que as medidas restritivas — como isolamento e uso de protetores de barreira como as máscaras — possam ser flexibilizadas e, em curto espaço de tempo, possa se encerrar a emergência sanitária de importância nacional”, disse Queiroga, destacando que a mudança no status não indica que a Covid vai acabar.