Eduardo Bolsonaro ironiza tortura contra jornalista na ditadura

Deputado publicou que "ainda [está] com pena da cobra", em referência a Miriam Leitão

Foto: Cleia Viana / Câmara dos Deputados

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ironizou, no Twitter, sessões de tortura praticadas durante a ditadura militar contra a jornalista Miriam Leitão. A comunicadora publicou uma matéria criticando o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o filho respondeu com a frase: “Ainda com pena da cobra”. Ela já tinha relatado ter sido vítima de crimes em que militares utilizavam cobras em sessões de tortura.

No texto Miriam Leitão escreveu que “Bolsonaro é inimigo confesso da democracia”. Na resposta, Eduardo Bolsonaro publicou o deboche com um emoji de cobra. Presa pelo regime militar durante a gravidez, Miriam relata ter sido deixada nua, em uma sala escura, com uma cobra.

A atitude do deputado causou indignação e poucas pessoas endossaram o discurso do parlamentar.. O pré-candidato a deputado federal pela Bahia e ex-secretário nacional responsável pela Lei Rouanet, André Porciuncula, reforçou: “Sem pena”.

Pré-candidatos à Presidência da República, como Simone Tebet, Ciro Gomes e Lula, manifestaram apoio e solidariedade a Miriam Leitão. Nesta segunda-feira, Eduardo Bolsonaro voltou a usar as redes, mas não se desculpou ou recuou. Ele publicou que “todos os estatutos de todos os grupos guerrilheiros e terroristas que sequestraram embaixadores e assassinaram autoridades estrangeiras nos anos 1970 previam a intenção de transformar o Brasil numa ditadura do proletariado”.