Funcionários públicos estaduais e federais protestaram, nesta sexta-feira, em Porto Alegre, pedindo reposição salarial. Os alvos eram os governos estadual e federal e o aniversário de 58 anos do golpe militar. A manifestação reuniu representantes de entidades e movimentos sociais, sindicais e estudantis, que se concentraram no Instituto de Educação Flores da Cunha, na avenida Osvaldo Aranha. De lá, o grupo saiu em caminhada até o Palácio Piratini.
Classificada como ato em defesa das liberdades democráticas, a manifestação chamou a atenção para o aumento do custo de vida – como elevação do preço da gasolina e do gás de cozinha. Entre os funcionários estaduais, as críticas recaíam sobre a reposição salarial de 6% anunciada pelo governo gaúcho. O presidente do Sindicaixa, Érico Corrêa, lembrou que o funcionalismo está há oito anos sem reajuste.
Ele criticou ainda a renúncia de Eduardo Leite do Palácio Piratini. “Obviamente não vai deixar saudades, mas deixa os servidores numa situação terrível e ainda anuncia 6% de reposição, com uma defasagem superior a 50% e uma inflação de 2021 a mais de 10%”, enumera. Corrêa acrescentou que o ato visou também lembrar dos 58 anos do golpe militar de 1964. “Essa data não pode ser esquecida”, disse.
Representantes do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) também participaram do ato. Vice-presidente da seção sindical Andes/Ufrgs, Elisabete Búrigo afirmou que o protesto é em defesa das liberdades democráticas e por reajuste salarial de 19,99% para o funcionalismo público federal. “Estamos em campanha salarial e pela manutenção dos serviços públicos”, explica.
O Sindicato dos Técnico-Administrativos da Ufrgs, UFCSPA e IFRS (Assufrgs) marcou presença no protesto. Coordenadora-geral da Assufrgs, Tamyres Filgueira também reforçou que a mobilização serviu para lembrar de 1964. “Foi um período muito ruim para a população em geral, que feriu direitos da democracia. E o atual governo é muito saudosista desse tempo, que foi um tempo nebuloso para o Brasil”, avaliou.
Tamyres disse ainda que os servidores públicos federais, sobretudo os do Sistema Único de Saúde (SUS), tiveram papel importante durante a pandemia. “É uma campanha pela recomposição emergencial, não vai ser um reajuste real, mas sim reposição emergencial por conta de toda a inflação do último período”, completou.
