O ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro afirmou hoje que não vai ser candidato a deputado federal. As declarações foram dadas em uma live, em redes sociais, na tarde desta sexta-feira. Moro não informou, no entanto, se mantém a ideia de desistência da disputa pela presidência, como havia afirmado nesta quinta.
“Sinto-me agora mais fortalecido, ao lado de grandes forças políticas, para avançar em minha pretensão, sabendo que ela fará parte de uma construção coletiva”, pontuou, sem especificar qual caminho deve seguir nas eleições de outubro.
Moro também criticou as “propostas erradas de Lula e Bolsonaro” e disse que é movido “por ideais, e não por cargos públicos”.
“Não tenho ambição por cargos. Se tivesse, teria permanecido juiz ou ministro. Também não tenho necessidade de foro privilegiado ou outros privilégios que sempre repudiei e defendo a extinção. Aliás, não serei candidato a deputado federal”, disse.
“Precisamos da união do centro democrático contra os extremos”, prosseguiu. “Hoje, no Brasil, quem lidera a formação desse polo político é Luciano Bivar, Presidente do União Brasil, dialogando com as demais forças políticas de centro. Filiei-me ao União Brasil com a intenção de auxiliar a unificação do centro democrático, exigência para derrotar o populismo e o radicalismo que ameaçam a nação”, acrescentou.
Segundo Moro, partiu dele o primeiro “gesto político em prol da unificação do centro democrático”. O ex-ministro deixou a coletiva sem responder aos questionamentos da imprensa. A live ocorreu um dia após Sergio Moro anunciar que havia desistido da candidatura à Presidência.
Ele assinou, na tarde dessa quinta, a filiação ao União Brasil, deixando o Podemos. No comunicado da desistência, Moro disse ter aceito o convite do presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar, para se filiar ao partido e “facilitar as negociações das forças políticas de centro democrático em busca de uma candidatura presidencial única”.
Saída de Moro alivia integrantes do Podemos
Depois do susto e da irritação, passadas 24 horas da saída de Sérgio Moro, o sentimento é de alívio para alguns integrantes do Podemos. Agora, integrantes da sigla mais alinhados a Jair Bolsonaro ficarão livres para vocalizar essa opção sem constrangimento. Nos últimos três anos, membros do partido na Câmara e no Senado apoiaram o governo em quase 80% das votações.
Segundo interlocutores do partido, o que o Podemos perde com a saída de Moro em termos de projeção na disputa presidencial, ganha com a possibilidade de liberar integrantes a subir no palanque de candidatos apoiados por Bolsonaro, especialmente no Paraná, em Santa Catarina e em São Paulo.
Sobre a possibilidade de Deltan Delagnol deixar o partido e seguir os passos de Moro, esses integrantes são categóricos em dizer que não há a menor chance. “O Deltan está feliz e segue conosco. O foco dele é no Congresso”.
