O prefeito de Canoas, Jairo Jorge (PSD), foi afastado do cargo junto com outros cinco investigados da operação Copa Livre, que foi deflagrada ao amanhecer desta quinta-feira pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul. Também foram afastados dos cargos os secretários da saúde, Maicon Lemos e do planejamento, Fábio Cannas.
O apartamento de Jairo Jorge foi um dos locais onde foram cumpridas 81 ordens judiciais, além da sede da prefeitura de Canoas. Os mandados atingiram 24 pessoas físicas e 15 empresas em endereços comerciais e residenciais, em instituições e órgãos públicos de Canoas e Porto Alegre, além de São Paulo (SP), São Bernardo do Campo (SP), Barueri (SP), Santana do Parnaíba (SP), Nova Iguaçu (RJ), Niterói (RJ) e Contagem (MG). Sete dessas empresas foram proibidas de contratar com o poder público.
Com apoio das Patrulhas Especiais (Patres) do 1º Batalhão de Polícia de Choque (1ºBPChq) da Brigada Militar, a ação foi conduzida pela Procuradoria da Função Penal Originária e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco)-Núcleo Saúde do MPRS e investiga “uma suposta organização criminosa que estaria estruturada dentro da Prefeitura de Canoas”. O trabalho investigativo apura supostas fraudes em contratos.
O procurador-geral de Justiça do MPRS, Marcelo Lemos Dornelles, destacou que a comunidade canoense que “está sendo vítima novamente de problemas na área de saúde especialmente”.
“Estamos sim confirmando o afastamento do prefeito de Canoas e dos secretários de Saúde e de Planejamento, além de outras pessoas envolvidas nesta fraude. Nossa operação é enorme. Tem um núcleo empresarial muito forte que pratica fraude em todo o Brasil nesta área. Estamos ajudando a enfrentar isto também em vários outros estados brasileiros. Estamos interferindo agora com os afastamentos por no mínimo seis meses. Estamos colhendo informações e depois vamos encaminhar denúncia”, declarou o procurador-geral de Justiça do MPRS, Marcelo Lemos Dornelles.
Contraponto
O advogado Jader Marques, que defende Jairo Jorge, disse em nota que “o prefeito dará todas as explicações e prestará todas as informações, como faria se fosse solicitado pela forma não violenta”. O advogado disse ainda que “vai buscar acesso às investigações e fará, no momento oportuno, a devida manifestação sobre as medidas que serão tomadas em defesa do Prefeito de Canoas”. Até o momento a assessoria de imprensa da prefeitura não fez nenhuma manifestação oficial sobre a operação do Ministério Público.