Agricultores familiares ligados à Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS) conseguiram, nesta quinta-feira, avanços na negociação de medidas para compensar os prejuízos causados pela estiagem. Após reunião com o chefe da Casa Civil, Artur Lemos, e o governador Ranolfo Vieira Júnior, o presidente da federação, Carlos Joel da Silva, obteve a promessa de que o pagamento do auxílio emergencial e a liberação do crédito emergencial já anunciados para o setor sairão do papel dentro de duas semanas. Nos últimos três dias, os produtores fizeram manifestações na capital, ocupando prédios públicos, e nesta quinta protestaram na sede da Receita Federal.
Na próxima semana, a Fetag, a Casa Civil, a Frente Parlamentar da Agropecuária Gaúcha e a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Rural (Seapdr) voltarão a se reunir para bater o martelo sobre o número de famílias que serão atendidas pelo auxílio no valor de um salário mínimo, o chamado Bolsa-Estiagem. A Fetag espera que o benefício contemple pelo menos 60 mil famílias. Já o valor do crédito emergencial com juro zero ainda precisa ser definido. A federação pede que seja de pelo menos R$ 20 mil por família.
No plano federal, o setor também teve uma vitória importante. Na noite de terça-feira, o governo publicou a Medida Provisória que concede R$ 1,2 bilhão em crédito extraordinário para rebate no pagamento de parcelas de operações do Pronaf, no caso de produtores não amparados pelo Proagro ou pelo Seguro Rural. A pedido da Fetag, a medida vai atender municípios que decretaram emergência até 28 de fevereiro, e não só até 7 de fevereiro.
De acordo com Joel, ainda falta um decreto, regulamentando a MP, e a definição do percentual de desconto, que depende de resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN).