O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta quarta-feira (30) que não acredita em mudanças a partir da troca de comando da Petrobras. Após desgates por causa da disparada nos preços dos combustíveis, o presidente Jair Bolsonaro (PL) decidiu substituir o general Joaquim Silva e Luna pelo economista Adriano Pires.
“Esse novo presidente da Petrobras que vai ser nomeado, o Adriano Pires, se você ler tudo o que ele escreve, vai continuar tudo como dantes no quartel de Abrantes. Não vai mudar, né”, disse Mourão.
O vice-presidente destacou ainda que a estatal é uma empresa com ações na Bolsa e regras de governança que devem ser respeitadas. Segundo Mourão, não se pode voltar aos fatos que ocorreram nos governos do PT.
“Misto de incompetência, má gestão e corrupção. Deixaram a empresa praticamente na lona. Agora está praticamente recuperada. Esse assunto tem que ser discutido bem”, ressaltou.
A troca de comando na Petrobras foi informada na última segunda-feira (28), mas ainda precisa ser confirmada pela assembleia-geral dos acionistas da estatal. A próxima reunião está marcada para 13 de abril. Até lá, o general da reserva Silva e Luna segue na presidência da companhia.
Questionado sobre a forma como Silva e Luna foi dispensado, Mourão se limitou a dizer que essa é uma decisão exclusiva do presidente.
“Isso aí você não pode levar pra esse lado. O presidente é o decisor, compete a ele tomar essas decisões, e ele julgou que tinha que fazer dessa forma. Então, pronto. Eu não participei do processo decisório, não posso dizer quais foram os fatores que levaram o presidente a decidir dessa forma.”
O economista Adriano Pires de Andrade é graduado em economia, com doutorado em Economia Industrial pela Universidade de Paris XIII e mestrado em Planejamento Energético. Indicado pelo presidente Jair Bolsonaro, ele precisará passar ainda pelo crivo do conselho de administração da empresa.
Atualmente, Pires é diretor-fundador do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura) e atua coordenando projetos e estudos para a indústria de gás natural, a política nacional de combustíveis, o mercado de derivados de petróleo e gás natural.
