O ex-ministro da Educação Milton Ribeiro informou ao presidente da Comissão de Educação do Senado, Marcelo Castro (MDB-PI), que não vai comparecer à audiência pública do colegiado desta quinta-feira. Ele ela esperado pelos senadores para prestar informações sobre a suspeita de existência de um esquema de tráfico de influência no MEC no qual pastores pediam suposta propina a prefeitos em troca de facilitar a liberação de verbas da pasta.
Em um documento enviado ao senador, a Assessoria para Assuntos Parlamentares do ministério esclarece que Ribeiro vai faltar à audiência por já ter sido exonerado do posto de ministro. No comunicado, o MEC ainda reitera que “permanece à disposição para outros esclarecimentos que se fizerem necessários”.
Após a manifestação, Castro considerou o ofício sem efeito. “Uma vez que o convite foi para o ex-ministro, que não possui mais vínculo com a pasta, portanto, a comunicação deveria ser feita por Milton Ribeiro”, escreveu, em redes sociais, o parlamentar.
O escândalo envolvendo Ribeiro veio à tona em 22 de março, com o vazamento de um áudio do ex-ministro em que ele relata que o governo prioriza repasses de verbas a partir de negociações com dois pastores, a pedido do presidente Jair Bolsonaro. Os religiosos em questão – Gilmar Santos e Arilton Moura – não possuem cargos oficiais no governo.
Ribeiro era aguardado pelos senadores mesmo tendo sido demitido do MEC. Castro, inclusive, tinha confirmado a audiência para a manhã desta quinta. O parlamentar chegou a dizer que a eventual ausência do ex-ministro, ou de qualquer outro convidado, podia ser equiparada a uma clara “confissão de culpa” acerca das denúncias e a “um convite à abertura da CPI do MEC”.