Cerca de 200 agricultores estão acampados desde esta terça-feira (29) no pátio da Superintendência Regional do Ministério da Agricultura, em Porto Alegre, para cobrar os governos federal e estadual a cumprirem as promessas de ajuda aos atingidos pela estiagem no Rio Grande do Sul. O protesto organizado pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag) deve culminar amanhã com a presença de mais de 1,2 mil produtores.
A manifestação, de acordo com o presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, é uma resposta à lentidão na publicação de decretos e medidas provisórias que viabilizem o auxílio que o setor espera desde o início do ano, quando a seca se agravou. Entre as ações mais aguardadas estão a edição de uma medida provisória liberando R$ 1,2 bilhão destinados ao rebate de dívidas de agricultores familiares não contemplados pelo Proagro e a aprovação, pelo Congresso Nacional, do PLN1, que autoriza mais R$ 1,6 bilhão para a retomada das contratações do Plano Safra 2021/22 e execução do próximo Plano.
“A promessa dessas verbas foi feita para nós no dia 16 de fevereiro, no Grito da Terra, em Ijuí, e, desde lá, nada aconteceu. As dívidas do agricultor estão vencendo, ele está vendendo seu patrimônio ou fazendo até outros créditos para poder pagar”, reclama. O dirigente garante que mantém contatos diários com o Mapa e que a MP está pronta, só faltando “vontade política” para sua publicação.
Segundo Joel, os produtores pretendem fazer uma caminhada nesta quinta-feira até o Palácio Piratini para tratar de demandas da categoria com o governador Eduardo Leite.
Também amanhã, acontece audiência virtual proposta pela Frente Parlamentar da Agricultura Familiar com os ministérios da Agricultura e da Economia, Banco Central e Casa Civil.