A Petrobras tem novo comando. O presidente Jair Bolsonaro anunciou a demissão do até então presidente da companhia, o general Joaquim Silva e Luna, que será substituído pelo economista Adriano Pires Rodrigues, especialista no mercado de energia. O resultado, confirmado pelo Ministério de Minas e Energia e que deverá ser aprovada pelo Conselho de Administração da empresa em 13 de abril, representou um prejuízo com a queda de 3% no preço das ações da estatal.
A Petrobras aplicou no início de março um aumento de 18,8% no preço da gasolina em suas refinarias e 24,9% no diesel em resposta ao “aumento mundial dos preços do petróleo e seus derivados como resultado da guerra entre a Rússia e a Ucrânia”. Este reajuste desagradou ao governo.
De acordo com a última pesquisa Datafolha realizada em março, 75% dos brasileiros acreditam que o governo tem “muita” ou “alguma” responsabilidade na inflação que afeta o bolso das famílias.
NOVO COMANDANTE PARA A MESMA POLÍTICA
O novo presidente, mesmo que dependendo da aprovação pelo Conselho de Administração da estatal, será o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires Rodrigues. Doutor pelo Universidade de Paris, Rodrigues também é defensor da paridade de preço com o mercado internacional. Para ele, a Petrobras não tinha como não aumentar, porque a defasagem de preços estava muito grande entre o mercado interno e o externo.
“Agora, se o governo não queria que a Petrobras anunciasse um aumento tão elevado, teria que adotar política que chegou a ser discutida, que é um plano de emergência parecido com o que o governo Temer fez na greve dos caminhoneiros de 2018, um pedido de crédito extraordinário por meio de Medida Provisória, com duração de 3 a 6 meses, dependendo do desenrolar da guerra”, completou, na ocasião do anúncio do reajuste.
O novo presidente da Petrobras terá um salário anual em torno de R$ 2,9 milhões (R$ 223 mil por mês), segundo dados do Ministério da Economia. A Petrobras fechou 2021 com um lucro recorde de R$ 106,6 bilhões.
Para a presidência do conselho de Administração da estatal, que aprovará a indicação de Adriano Rodrigues, o governo Bolsonaro indicou Rodolfo Landim, que também é presidente do Flamengo. Landim é ex-funcionário da Petrobras, onde trabalhou por 26 anos antes de se juntar ao antigo grupo empresarial de Eike Batista.
