Caso Rafael: Justiça nega pedido da defesa para realização de perícia em áudio

impasse já havia provocado o cancelamento do júri popular da mãe do menino, marcado para a semana passada em Planalto

Foto: Tribunal de Justiça/Divulgação

O desembargador José Antônio Cidade Pitrez, da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), negou um pedido dos advogados de defesa de Alexandra Dougokenski, acusada de ter matado o filho, Rafael Winques, de 11 anos, em maio de 2020, no Norte gaúcho. A banca queria a realização de uma perícia de voz em um arquivo de áudio atribuído ao menino e endereçado ao pai dele, que vivia em outra cidade.

O impasse já havia provocado o cancelamento do júri popular de Alexandra, marcado para a semana passada em Planalto, onde ocorreu o crime. Mesmo negado liminarmente, o recurso vai ser, agora, examinado pela 2ª Câmara Criminal do TJ, em data a ser definida.

Em 21 de março, os advogados de Alexandra deixaram o plenário do Júri, após a juíza Marilene Parizotto Campagna, que presidia os trabalhos, ter indeferido o Habeas Corpus com pedido de liminar, apresentado pela defesa. Um dia depois, o Tribunal de Justiça revelou que a preparação da estrutura do júri havia custado ao Judiciário gaúcho R$ 160 mil.

Os defensores de Alexandra pedem a suspensão da ação penal até o julgamento do recurso. A banca quer que os peritos apontem a autoria e o momento de criação do áudio. O objetivo era identificar se a voz pertence mesmo a Rafael, já que a data da mensagem é posterior à apontada pela denúncia como sendo a da morte do menino.

Caso

Rafael Winques, de 11 anos, teve o corpo encontrado dentro de uma caixa de papelão no terreno de uma casa vizinha à que residia. A mãe dele, Alexandra Dougokenski, é acusada de cometer homicídio qualificado (motivo torpe, motivo fútil, asfixia, dissimulação e recurso que dificultou a defesa), ocultação de cadáver, falsidade ideológica e fraude processual.

Conforme a denúncia do Ministério Público, ela matou o filho por se sentir incomodada com as negativas dele em acatar ordens e diminuir o uso do celular e os jogos online. Ainda de acordo com a acusação, ela deu ao menino comprimidos de Diazepam e, por volta das 2h, estrangulou Rafael com uma corda.