A partir de 1º de abril, os servidores do Banco Central (BC) entrarão em greve por tempo indeterminado. O movimento teve a aprovação da maioria em assembleia nesta segunda-feira. A categoria pede a extensão, para os funcionários do órgão, dos aumentos aprovados para os policiais federais no Orçamento de 2022.
Desde o último dia 17, a categoria vinha fazendo paralisações diárias das 14h às 18h. Desde o início do ano, os servidores do órgão vinham trabalhando em esquema de operação-padrão, com as equipes atuando mais lentamente, e atrasando a divulgação de indicadores.
Nas últimas semanas, diversas publicações do BC, como o boletim Focus (pesquisa com instituições financeiras) e as respostas do questionário que antecedem as reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), saíram com atraso.
Hoje pela manhã, o órgão confirmou que não vai divulgar diversas estatísticas mensais previstas para esta semana, como os relatórios de contas externas, do mercado de crédito e sobre as contas públicas.
A divulgação de eventos e de informes para a imprensa também vem atrasando. A mudança de calendário dos saques dos valores a receber, por exemplo, só veio a público durante o fim de semana.
Segundo entidades de trabalhadores do Banco Central, o presidente do órgão, Roberto Campos Neto, reuniu-se no último sábado com servidores para discutir reajustes salariais e reestruturação de carreira. As conversas, no entanto, não avançaram. Sem propostas oficiais, os funcionários aprovaram a greve por tempo indeterminado.
Nos últimos dias, a Agência Brasil procurou a assessoria de imprensa do BC, mas o órgão não respondeu a nenhuma das perguntas sobre o impacto das paralisações nas atividades do órgão.