Servidores da Segurança Pública prometem paralisações no RS, nesta terça e na quinta-feira

Nesses dias, atendimento vai ser restrito ao registro de crimes graves e de repercussão, prisões em flagrante, demandas urgentes do sistema prisional, atuação em locais de crime e liberação de cadáveres

Servidores protestaram, na última semana, em frente à sede do governo gaúcho | Foto: Ricardo Giusti/CP

Entidades representativas de servidores da Segurança Pública anunciaram, em uma entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira, que a categoria vai se unir em duas paralisações durante a semana, a primeira nesta terça e a segunda, na quinta-feira. Nesses dias, o atendimento vai ser restrito ao registro de crimes graves e de repercussão, prisões em flagrante, demandas urgentes do sistema prisional, atuação em locais de crime e liberação de cadáveres.

O presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Rio Grande do Sul, delegado Fernando Soares, explica que as entidades vem procurando o diálogo com o governo há algum tempo e vão fortalecer essa tentativa a partir desta terça.

“Vamos praticamente parar as atividades. Atendendo somente casos graves e outras situações, prisões em flagrante e locais de crime. O que nós queremos é dialogar com a sociedade, já que o governo não tem dialogado com os homens e mulheres da Segurança Pública. Caso o governo não se disponha a atender as nossas demandas, na sexta-feira devemos fazer mais uma reunião onde tomaremos medidas bem mais fortes, bem mais delicadas para a próxima semana”, destacou.

A presidente da Associação de Peritos Criminais do RS (Acirgs), Ana Carolina Albert, detalha que, na manifestação anterior, os servidores esperaram um encontro com o secretário de Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior, mas acabaram sendo recebidos apenas pelo chefe da Casa Civil.

“A gente tem até o dia 4 de abril para que o governo envie esse projeto de recomposição salarial. Caso a gente não tenha um retorno nos próximos dias, vamos manter a paralisação até o prazo final”, afirmou.

Nesta segunda-feira, representantes de 14 entidades ligadas a servidores da Segurança, incluindo os policiais militares – que, pela legislação, não podem fazer greve – se reuniram em Porto Alegre. O objetivo era, segundo as associações, debater “as medidas necessárias para que o governo reconheça a especialidade do serviço essencial e indelegável” das carreiras da Segurança, apresentando uma proposta de reposição salarial.

As entidades também prometem percorrer a Assembleia Legislativa em busca de apoio dos parlamentares.