Governo demite Silva e Luna da Petrobras e indica Adriano Pires

Economista passa a ocupar cargo do general. Demora para baixar o preço dos combustíveis incomodou o Executivo e motivou decisão

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro decidiu demitir o presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna. O economista Adriano Pires, especialista em óleo e gás, indicado pelo chefe do Executivo a assumir a vaga, vai ser avaliado pelo Conselho de Administração da empresa. As negociações em torno da saída do militar ocorriam desde a semana passada e se intensificaram nos últimos dias.

A avaliação no governo é de que a política de preços da Petrobras, os aumentos recentes do preço dos combustíveis e a demora na queda dos valores do litro da gasolina e do diesel mesmo diante da baixa do dólar geraram desgaste ao governo, o que pode prejudicar a campanha política do presidente. Silva e Luna é um nome forte entre os militares da base de apoio a Bolsonaro.

O general precisou retornar a Brasília para conversar com Bolsonaro. A ideia ventilada inicialmente era a de um pedido de demissão. Mas, diante da suposta recusa de Silva e Luna, o presidente decidiu pela demissão.

O general chegou ao posto de comando da estatal de petróleo em abril do ano passado para substituir o ex-ocupante do cargo, Roberto Castelo Branco.

Landim deve presidir Conselho

O presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, teve o nome indicado para assumir a presidência do Conselho de Administração da Petrobras. O Ministério de Minas e Energia confirmou em nota, nesta segunda-feira, que o ex-executivo da estatal vai assumir a função que até hoje era do almirante Eduardo Bacellar Leal. O novo grupo deve ser referendado em assembleia no dia 13 de abril.

Quem é Adriano Pires

Adriano Pires de Andrade é especialista em geração de energia. Com mais de 40 anos de experiência, vinha sendo ventilado para o cargo havia duas semanas.

Graduado em economia, Pires é doutor em Economia Industrial pela Universidade de Paris XIII, e mestre em Planejamento Energético.

Indicado pelo presidente Jair Bolsonaro, ele vai precisar passar pelo crivo do conselho de administração da empresa.

Atualmente, Pires é diretor-fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) e atua coordenando projetos e estudos para a indústria de gás natural, a política nacional de combustíveis e o mercado de derivados de petróleo e gás natural.

Nomes próximos ao novo presidente da estatal afirmaram ao R7 que a tendência é que ele não gere alterações significativas na política de preços da empresa, atualmente atrelada ao dólar.