Após quase dois meses de conversas, o governador Eduardo Leite deve confirmar nesta segunda-feira à tarde, em entrevista coletiva, no Palácio Piratini, que permanecerá no PSDB, partido pelo qual é filiado há mais de 20 anos. Outro anúncio esperado é que ele deve deixar o cargo de governador, uma exigência da Justiça Eleitoral, caso queira disputar a presidência da República. A saída deve ocorrer até sexta-feira.
O anúncio e a expectativa em relação ao assunto existiam porque nos últimos dois meses houve um grande movimento por parte do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, para que Leite migrasse para a sigla e pudesse concorrer à presidência da República. Isso aconteceu uma vez que Leite perdeu as prévias internas tucanas, em novembro passado, para o governador de São Paulo, João Doria.
Leite teria adiantado para Kassab a sua posição de seguir no PSDB. Porém, a troca de partido, que era dada como praticamente certa no mês passado, perdeu força gradativamente nas últimas duas semanas. Nos bastidores, um dos motivos seria o montante que o PSD colocaria na candidatura de Leite em uma possível disputa ao Planalto.
Ao mesmo tempo, houve um movimento forte de algumas lideranças tucanas no sentido que Leite não deixasse a sigla. Junto com o apelo, haveria uma sinalização de que Doria pudesse sair da disputa. A articulação gerou reação crítica do paulista que resumiu o movimento como um “golpe”.
As atenções ficaram ainda maiores porque o anúncio de Leite envolvia a sucessão dele no comando do Palácio Piratini. A expectativa era que se o governador trocasse de partido, levaria junto outras lideranças. Esse movimento ganhou força com duas recentes migrações para o PSD: Ana Amélia Lemos, que deixou o PP, e Agostinho Meirelles. Ambos são secretários de Leite.