O presidente Jair Bolsonaro participou de um evento promovido pelo PL (Partido Liberal) neste domingo (27), em Brasília, e fez um discurso em clima de campanha à reeleição. Durante a sua fala, o chefe do Executivo fez críticas aos governos que o antecederam e disse que o Brasil não pode voltar a ser liderado por alguém do PT.
“Temos um compromisso. Não podemos esquecer o nosso passado. Porque aquele que esqueceu seu passado está condenado a não ter um futuro. Os mais jovens podem não conhecer, mas os seus pais e avós têm obrigação de mostrar para onde o Brasil estava indo, bem como vivem os jovens em outros países, como a Venezuela”, afirmou Bolsonaro.
Segundo o presidente, “o nosso inimigo não é externo, é interno”. “Não é uma luta da esquerda contra a direita. É uma luta do bem contra o mal. E nós vamos vencer essa luta, porque estarei sempre na frente de vocês.”
Bolsonaro ainda disse que não vai aceitar as ações de quem queira ameaçar a liberdade ou a democracia. “Se [for] para defender a nossa liberdade, se [for] para defender a nossa democracia, eu tomarei a decisão contra quem quer que seja. E a certeza do sucesso é que eu tenho um exército ao meu lado. E esse exército é composto de cada um de vocês [apoiadores]. Podemos até perder algumas batalhas, mas não perderemos a guerra por falta de lutar. Vocês sabem do que estou falando”, declarou. O presidente, no entanto, não explicou que decisão tomaria.
O evento do PL vinha sendo anunciado pela legenda como de lançamento da pré-candidatura de Bolsonaro à Presidência da República. No entanto, o partido decidiu alterar o formato da solenidade para evitar que o presidente e o partido cometessem crime eleitoral e passou a divulgar o encontro como um ato para estimular a filiação de mais políticos.
Apesar disso, autoridades e apoiadores do chefe do Executivo participaram do evento disseram esperar que o presidente renove o seu mandato por mais quatro anos, como o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
Bolsonaro, então, disse que a responsabilidade dele é grande, mas sugeriu estar preparado para a eleição. “Eu tenho a consciência tranquila de que todo o sacrifico não será em vão. Será para o bem do nosso Brasil. Para o bem dos nossos filhos e netos. O Brasil não é mais uma nação do futuro, é uma nação do presente. Estou aqui porque acredito em vocês, e nós estamos aqui porque acreditamos no Brasil”, frisou.
“Estamos próximos um do outro e o que nós queremos é entregar o comando desse país, lá na frente, bem lá na frente, por critério democrático, transparente, um país bem melhor do que recebi em 2019. O evento de hoje é um movimento onde nós nos somamos aos outros partidos, como Republicanos, Progressistas, entre outros, na busca de somar forças para bem administrarmos o nosso Brasil”, acrescentou o presidente.
Bolsonaro ganhou a eleição presidencial em 2018 pelo PSL e, um ano depois, se desfiliou do partido. Agora, disputará a reeleição pelo PL, que tem como manda-chuva Valdemar Costa Neto, condenado no mensalão.
A filiação ao PL, que consolidou a aliança do chefe do Executivo com o Centrão, grupo de partidos que dá sustentação ao governo no Congresso Nacional, ocorreu no final de 2021. “Não seremos marido e mulher, seremos uma família, mas vocês todos fazem parte dessa nova família”, disse Bolsonaro na ocasião.
Na época, Bolsonaro também era cortejado pelo Republicanos e PP, dois partidos que compõem sua base no Parlamento. A ideia inicial do chefe do Executivo era criar um partido próprio, chamado de Aliança pelo Brasil, mas viu seus sonhos não se concretizarem diante da dificuldade de reunir assinaturas o suficiente para obter registro.
A equipe de pré-campanha de Bolsonaro conta com a participação de dois filhos, ministros e o presidente do PL. O senador Flávio Bolsonaro é responsável pela coordenação geral; Ciro Nogueira (Casa Civil) e Luiz Ramos (Secretaria-Geral) têm a incumbência de projetar os programas federais e seus trunfos para a população; o vereador Carlos Bolsonaro comanda novamente a parte de comunicação digital, assim como fez em 2018, e Valdemar, por sua vez, a coordenação dos palanques estaduais.
Na tentativa de abarcar o maior número de partidos que apoiem a candidatura de Bolsonaro, com o objetivo de garantir mais tempo de televisão e recursos partidários, a equipe tem conversado com diversas legendas, como Republicanos, PTB e PSC, além de PP. Os integrantes articulam, ainda, apoio com PROS e Avante.