Estados Unidos e União Europeia (UE) anunciaram, nessa quinta-feira, medidas para reduzir a dependência do bloco europeu em relação ao gás russo, enquanto a Alemanha antecipou que quer prescindir rapidamente do carvão e do petróleo comprados da Rússia, em virtude da invasão da Ucrânia.
De acordo com um anúncio feito nesta sexta, os EUA “trabalharão com sócios internacionais e se esforçarão para garantir um volume de gás natural liquefeito (GNL) para o mercado da UE de, pelo menos, 15 bilhões de metros cúbicos em 2022”. As informações foram divulgadas pela Agência France Presse (AFP).
Além desse aporte para o mercado energético europeu, um grupo de trabalho com representantes de Washington e Bruxelas vai se concentrar na diversificação do abastecimento de gás para a UE, muito dependente das compras da Rússia – especialmente no caso da Alemanha. A forte alta dos preços da energia elétrica já havia feito acender, no fim de 2021, os sinais de alerta na UE, ainda que esse quadro tenha se agravado, dramaticamente, devido à invasão russa da Ucrânia há um mês.
Estima-se que a União Europeia compre anualmente 150 bilhões de metros cúbicos de gás russo, pouco mais de 40% das importações europeias desse combustível, configurando um elevado grau de dependência que o bloco agora busca romper.
No primeiro semestre de 2021, o gás americano representou apenas em torno de 6% das importações do Velho Continente. O grupo anunciado hoje vai precisar “garantir a segurança energética para a Ucrânia e para a UE” visando o próximo inverno boreal (verão no Brasil).
Nesta sexta, em Bruxelas, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, denunciou que o homólogo russo, Vladimir Putin, “usou os recursos energéticos de seu país (…) para manipular seus vizinhos”.