A Secretaria Estadual da Saúde (SES) decidiu autorizar os municípios gaúchos a aplicar a quarta dose da vacina contra a Covid em pessoas a partir de 80 anos de idade. Conforme a Pasta, a medida, acordada pela Comissão Intergestores Bipartite (CIB), é válida para as cidades que tenham doses disponíveis. Para receber a quarta dose, os idosos não poderão estar com nenhuma outra dose em atraso.
Ainda segundo a SES, o órgão vai publicar novas orientações sobre essa nova etapa de vacinação às cidades nos próximos dias. A secretaria também garante que novas doses serão repassadas aos municípios à medida em que forem enviadas pelo Ministério da Saúde.
A recomendação do órgão federal é de que a Pfizer deva ser, preferencialmente, utilizada para vacinar as pessoas com 80 anos ou mais. Caso contrário, de maneira alternativa, imunizantes da Janssen ou AstraZeneca poderão ser aplicados como quarta dose.
No Rio Grande do Sul, a população total dessa faixa etária é estimada em 326 mil pessoas. Dessas, 74% (cerca de 243 mil indivíduos) já fizeram a dose de reforço. Contudo, ainda há um expressivo número de pessoas com doses em atraso. Aproximadamente 26 mil não realizaram nem a primeira dose, outras 8,3 mil fizeram a primeira, porém atrasaram segunda. Outras 63 mil ainda não voltaram aos postos para tomar a dose de reforço.
Entre as que já fizeram a dose de reforço, 180 mil pessoas já podem fazer a quarta aplicação. Outras 28 mil vão completar o prazo indicado, de quatro meses de intervalo, até o fim da primeira semana de abril.
Além desse grupo, a quarta dose (segundo reforço) também é ofertada no Brasil para pessoas com a imunidade comprometida a partir de 12 anos de idade. A aplicação, nesse público, é feita desde dezembro do ano passado.
Aumento nos casos e óbitos em pessoas com 80 anos ou mais
Conforme levantamento do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), a faixa etária acima dos 80 anos teve o maior registro de internações e óbitos pela Covid-19 neste mês. Segundo o balanço, pessoas dessas idades representaram 34% das hospitalizações e 56% dos óbitos no período.
Ainda de acordo com a SES, esses índices tiveram aumento nos últimos meses. Ao fim de dezembro de 2021, por exemplo, as pessoas com 80 anos ou mais correspondiam a menos de 20% das hospitalizações e aproximadamente 25% das mortes.