Ministério da Saúde confirma quarta dose da vacina da Covid-19 para idosos acima de 80

Segundo a pasta, aplicação deve ser feita quatro meses após a primeira dose de reforço

Foto: Tânia Rêgo/ABr

O Ministério da Saúde anunciou, nesta quarta-feira, a aplicação da quarta dose da vacina contra a Covid-19 em idosos acima de 80 anos de idade. De acordo com a pasta, a aplicação deve ser feita quatro meses após a primeira dose de reforço. Não há previsão, ainda, para que Porto Alegre e o Rio Grande do Sul comecem a imunizar esse público.

A orientação é que a vacina seja, preferencialmente, da Pfizer. Os imunizantes da Janssen e da AstraZeneca também podem ser utilizados, independentemente da vacina anterior. No entanto, o ministério afirmou que há doses suficientes da Pfizer para cumprir com a nova etapa da campanha.

A decisão de incorporar a quarta dose partiu da Câmara Técnica Assessora em Imunizações (CTAI), que levou em conta a redução da efetividade das vacinas nesse público. Os estudos considerados pelos técnicos indicaram um “envelhecimento natural do sistema imunológico, o que exige uma estratégia diferenciada para a proteção desse grupo.”

A Cetai estuda, agora, a necessidade de ampliar a quarta dose para demais idades. A estratégia já atendia a pessoas imunocomprometidas a partir dos 12 anos. “O Ministério da Saúde acompanha a necessidade da aplicação da segunda dose de reforço em outras faixas etárias e as recomendações podem ser revistas a qualquer momento”, afirmou a pasta.

O estado de São Paulo já começou, desde a última segunda-feira, a aplicar a quarta dose em idosos a partir dos 80. Segundo o governo estadual, 900 mil pessoas nessa faixa etária receberão a aplicação. O Mato Grosso segue estratégia semelhante. Já no Pará e Amazonas a liberação é a partir dos 70.

No Espírito Santo e Rio Grande do Norte, a ampliação da vacinação já envolve pessoas a partir dos 60 anos, assim como no Mato Grosso do Sul, que ainda atende com a segunda dose de reforço os profissionais de saúde. Os demais estados seguiam as indicações do Ministério da Saúde, restringindo a quarta dose a imunossuprimidos acima de 12.

Estado de emergência

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, analisa revogar a portaria que decretou, em 2020, o estado de emergência em saúde pública de importância nacional em decorrência da pandemia, mas enfrenta entraves legais, uma vez que há uma série de atos com efeitos vinculados diretamente a ela. Queiroga disse que não há prazo para a suspender a medida.

Diante do cenário, o ministro se reuniu recentemente com os presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal — Arthur Lira (PP-AL), Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Luiz Fux, respectivamente — para tratar sobre o tema.

Nas reuniões, Queiroga informou que o governo estuda uma transição da situação da pandemia e destacou que nada vai ser alterado de forma abrupta. O ministro mostrou, ainda, relatos da situação epidemiológica do país.

Não há, por enquanto, novas reuniões previstas sobre a questão.