O deputado estadual Ruy Irigaray (União Brasil) classificou a cassação de mandato, confirmada pelo plenário da Assembleia Legislativa, na tarde desta terça, como uma “decisão já esperada”. O projeto recebeu 45 votos favoráveis e três contrários – que vieram do próprio deputado e dos colegas Vilmar Lourenço (PP) e Rodrigo Maroni (PSC).
Para Irigaray, as denúncias contra ele foram manipuladas, fato que induziu os demais deputados ao erro.
“Temos todas as comprovações, incluindo da Polícia Civil, que comprovou a orquestração que foi feita. Amanhã pode ser outro deputado que vai cair no Conselho de Ética e, em um momento oportuno, vai cair no Plenário e vai ser cassado sem ter nenhuma legitimidade de tal ato. Mas, isso é da vida, do ônus do cargo, e já mostramos com toda essa documentação a verdade. No entanto, os colegas, infelizmente, foram induzidos ao erro”, avaliou Irigaray, acusado por ex-assessoras de utilizar funcionários de cargos comissionados (CCs) fora das funções a que haviam sido contratados.
Segundo deputado mais votado no pleito de 2018, com 102.117 votos, Irigaray afirmou que vai recorrer da decisão em todas as instâncias cabíveis. Segundo ele, a cassação do mandato não deve refletir futuramente na vida política dele.
“Quem me acompanha nas redes sociais viu que eu cresci, somente neste ano, mais de 20% sem botar R$ 1, sem impulsionar nada. Acredito que o povo está comigo. Gente vindo de caravana de todas as partes do Rio Grande do Sul, sendo que 300 pessoas ficaram do lado de fora da Assembleia e não conseguiram acessar o parlamento”, pontuou o parlamentar.
A cassação de mandato desta terça se tornou a terceira da história do Legislativo gaúcho. Anteriormente, tiveram o mandato cassado Diógenes Bassegio (PDT), em 2015, e no ano seguinte, Mário Jardel (PSD).
O atual secretário municipal de Desenvolvimento Econômico de Porto Alegre, Rodrigo Lorenzoni (que deve se filiar ao PL), vai assumir a cadeira de Ruy Irigaray. Contudo, ainda não há data para a cerimônia de posse. Com isso, o União Brasil fica com um representante no Parlamento e o PL, com ao menos seis.
